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Diego Garcia

REPORTAGEM

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Presidente recebeu R$ 2,1 milhões em salários da CBF no fim de 2021

Holerite mostra que cartola aumentou o próprio salário - Reprodução
Holerite mostra que cartola aumentou o próprio salário Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

06/03/2022 15h53

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Presidente interino da CBF desde o afastamento de Rogério Caboclo, Ednaldo Rodrigues recebeu uma valorização salarial e faturou R$ 2.163,594,34 da confederação em remunerações nos últimos três meses de 2021, mostram documentos aos quais a coluna teve acesso com exclusividade.

O valor representa 73,6% de tudo o que faturou em salários da CBF ao longo de todos os 12 meses do ano e mostra uma evolução no trimestre final do ano, quando já estava no poder. Essas informações constam em documentos aos quais a coluna teve acesso.

A documentação aponta que Ednaldo recebeu R$ 761.997,98 tanto em novembro quanto em dezembro. Em outubro, a remuneração total ficou em R$ 639.598,38.

A CBF justifica dizendo que o aumento não foi uma evolução salarial e sim um acúmulo de bônus devidos, 13º e férias que são pagas a todos os funcionários, desde os responsáveis pelos serviços de portaria até o presidente. Assim, segundo a confederação, é normal que, no fim de cada ano, esse salto nos pagamentos ocorra nos holerites da entidade.

No primeiro semestre, como vice-presidente, Ednaldo recebeu R$ 40 mil da CBF de salário. Com o afastamento de Rogério Caboclo em julho, esse valor subiu para R$ 70 mil. Em agosto, quando foi indicado para a presidência, o valor saltou para R$ 130 mil. E, no mês seguinte, a remuneração total atingiu R$ 334.799,19.

Em seguida, como já mencionado, os valores seguiram em alta. Segundo a documentação, R$ 304.799,19 seriam honorários, que foram pagos de forma dobrada no trimestre, mais um acréscimo de dois pagamentos de R$ 152.399,60 nos dois últimos meses do ano. Ainda ocorreu um adicional de R$ 30 mil a título de "honorários diretoria".

Sem contestar os valores apresentados pela coluna, a CBF se pronunciou sobre os valores pagos a Ednaldo:

"Todos os pagamentos à Diretoria feitos pela CBF, instituição privada que não recebe dinheiro público, estão rigorosamente de acordo com o Estatuto".