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Diego Garcia

REPORTAGEM

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Justiça rejeita pedido para jogar na Europa de jogador que matou casal

Marcinho, ex-jogador do Botafogo - Thiago Ribeiro/AGIF
Marcinho, ex-jogador do Botafogo Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Colunista do UOL

08/02/2023 17h01

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O juiz Baldi Loewenkron, da 34ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, rejeitou um novo pedido do jogador Marcinho — réu por atropelar e matar um casal de professores — para liberá-lo a jogar fora do Brasil.

Segundo a decisão, publicada no fim de janeiro, o processo se encontra aguardando alegações finais pela defesa do atleta, que busca se beneficiar da demora do processo. A coluna teve acesso aos autos.

Em seu pedido, Marcinho diz que está há mais de um ano sem conseguir um trabalho e sem perspectivas de se realocar em um clube nacional. O atleta aponta que recebeu uma proposta do Pafos, do Chipre, e gostaria de autorização para trabalhar fora do país.

O atleta aponta que a carreira de jogador é curta, razão pelo qual pede para que o juiz reconsidere a decisão. Marcinho diz que sempre colaborou com a Justiça e que não é razoável que continue sem a possibilidade de trabalhar.

Ainda acrescentou que o contrato com o Pafos prevê que, em caso de condenação, o acordo seria rescindido pelo clube, com imediato retorno ao Brasil. Finalizou o pedido dizendo que é o único provedor de sua família, já que sua esposa "é do lar" e ainda tem um bebê de 1 ano.

No processo, o Ministério Público diz que Marcinho dirigia de forma imprudente um Mini Cooper, na noite de 30 de dezembro de 2020, em alta velocidade, tendo atingido o casal de professores Alexandre Lima e Maria Cristina Soares, deixando de prestar socorro.

A ausência de ajuda causou a morte do casal, de acordo com laudos colocados pelo MP na ação. O órgão diz que Marcinho havia consumido bebida alcoólica — pelo menos cinco tulipas de chope — em um bar do Rio de Janeiro horas antes do acidente.

A investigação do Ministério Público aponta que Macinho estava entre 86 km/h e 110 km/h no momento do acidente, em uma via onde a velocidade máxima permitida era de apenas 70 km/h. Alexandre morreu no local, enquanto Márcia veio a óbito após 7 dias.

Após a tragédia, ainda segundo o MP, Marcinho acelerou e iniciou uma fuga em alta velocidade, escondendo o carro em uma rua sem número, na zona oeste do Rio. A nova decisão judicial foi antecipada pelo jornal O Globo e confirmada pelo UOL.

*Colaboração de Peterson Renato