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Grêmio: investigação interna apura caixa 2 de até R$ 300 mil de diretores
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Uma sindicância interna do Grêmio apura o desvio de até R$ 300 mil feitos em eventos organizados por consulados do clube que podem ter gerado desvio de verbas pagas por torcedores gremistas em benefício de diretores.
A documentação referente à investigação tem mais de mil páginas e acontece no clube desde 2021, quando a comissão de sindicância dos consulados iniciou a apuração. A coluna teve acesso ao procedimento, que foi anexado em processos na Justiça do Rio Grande do Sul.
Vazamento de informações a terceiros e venda de produtos e camisas oficiais com valores depositados em contas pessoais, o que gerava perda de receitas ao clube, estão entre as supostas irregularidades verificadas.
"Não é função de um consulado, muito menos de um cônsul, assessor ou diretor consular intermediar comercialização de produtos com a marca do clube", diz uma das considerações feitas pela comissão nos documentos.
Outro ponto que chamou a atenção foram cobranças disfarçadas de mensalidades de consulados femininos, o que não deveria acontecer.
Segundo a investigação, a contribuição de R$ 10 era uma exigência às consulesas e quem se negasse sofria constrangimento e era exposto em grupos de WhatsApp, ficando impedido de participar de eventos como o "Dia da Mulher Gremista". Já quem contestasse a cobrança era destituído do cargo com justificativas vagas.
Além disso, o Grêmio percebeu transações feitas em diversos eventos organizados por consulados, como exigência de pagamentos em espécie de itens como deslocamento de ônibus, combustível, taças, fantasias, camisetas oficiais e despesas de convidados ou hospedagens, e até pagamentos a jornalistas.
Isso aconteceu em diversos eventos, com pagamentos feitos diretamente na conta de diretores. O Grêmio relata que a cobrança dos valores em espécie e sem recibo passou a gerar constrangimentos e represálias aos que questionassem as medidas.
A investigação diz que um dos diretores tinha um "caixa paralelo, uma espécie de caixa dois, sem o conhecimento do clube, onde circulavam valores em benefício próprio e de terceiros desvinculados ao clube".
Somente em 2019, foram cerca de 150 eventos, que geraram entre R$ 150 mil e R$ 300 mil captados em benefício próprio de diretores, sem o conhecimento do clube ou prestação de contas.
No começo de 2023, o ex-diretor de consulados do Grêmio Flávio Becco - um dos investigados na comissão - foi à Justiça contra o clube cobrando R$ 1,7 milhão em equiparação de salários, danos morais e outras verbas trabalhistas.
O processo foi aberto no início do ano e corre na Vara do Trabalho da Justiça de Porto Alegre. O clube ainda não foi citado e, por isso, não quis comentar sobre a ação à coluna e nem sobre as informações que constam no processo. A reportagem não conseguiu contato com Becco.
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