Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Um ano após romper contratos, Botafogo segue sem prestar contas da SAF
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Mesmo tendo passado mais de um ano desde a aprovação da SAF Botafogo, e também 12 meses desde que John Textor rompeu diversos contratos de forma repentina, o clube continua com atraso na entrega de diversas obrigações financeiras que constam no acordo assinado com acionistas no dia 10 de março de 2022.
E, no próximo dia 10, o Botafogo vai completar um ano sem apresentar os relatórios financeiros, que são obrigatórios por contrato e possuem cláusulas que deveriam ser entregues regularmente para auditar o controle do endividamento. Sem a documentação, fica impossível o estudo de medidas de correção na SAF Botafogo.
O tema causa incômodo nos bastidores do clube há bastante tempo. Um dos pontos que vem sendo descumprido é a atualização e entrega dos balancetes da SAF até o dia 15 de cada mês. Outra obrigação deixada de lado é o fornecimento dos resultados trimestrais em até 15 dias após o fim de cada trimestre.
Mais do que isso, o Botafogo SAF se fechou, sem adotar a transparência prevista contratualmente ou responder aos questionamentos sobre o tema. A coluna enviou, há mais de 20 dias, diversos questionamentos a respeito desse e de outros assuntos e ficou sem resposta.
As perguntas foram enviadas no último dia 13 de fevereiro, véspera do aniversário de um ano desde que John Textor anunciou, de maneira repentina, o cancelamento de todos os contratos do clube. Entre eles, um recém-assinado com a Volt para o fornecimento de material esportivo.
De acordo com fontes ouvida pela coluna, o caso do rompimento com os fornecedores é um caso emblemático que demonstra uma manobra no pagamento do RCE e das dívidas, pois, vale lembrar, os valores a serem pagos são em função do que entrar de receita no clube.
O rompimento dos contratos representou um prejuízo aos cofres botafoguenses, já que a venda de camisas emperrou durante a maior parte do ano passado. O clube passou pelo menos 8 meses sem conseguir vender seus uniformes, o que pode ter gerado um desfalque de até R$ 16 milhões.
Seriam pelo menos R$ 3 milhões gastos em peças que seriam gratuitas pela parceria anterior; uma perda de faturamento de R$ 8 milhões sem material de venda; mais R$ 2,5 milhões em multas e devolução das luvas à Volt.
Mesmo sem ter feito processo de concorrência, o clube escolheu a WEV - que tinha problemas financeiros -, para cuidar da fabricação dos uniformes, após Thairo Arruda, diretor da SAF, apresentar, no mesmo dia do rompimento com a Volt, uma proposta formatada e avançada da empresa, de Gabriel Garcia, com quem o cartola já teve parcerias comerciais.
Em novembro do ano passado, o Botafogo fechou uma parceria de 3 anos com a Reebok. A promessa é que os novos uniformes sejam lançados para o Campeonato Brasileiro, que começa no dia 16 de abril, mais de 5 meses após o anúncio com a nova fornecedora.
A coluna questionou o clube sobre quando começa a utilizar as camisas da Reebok e também a vendê-las nas lojas oficiais, mas o clube não respondeu. Nem quando pretende retomar suas lojas físicas. O Reclame Aqui registra 85 reclamações para a compra de material online na Botafogo Store.
A coluna ainda questionou se o adiamento do anúncio com a Reebok para esse ano seria por uma estratégia de reduzir receitas, já que, conforme judicializado pelo RCE em outubro de 2021, o pagamento das dívidas viria de 20% das receitas recorrentes. O clube também não respondeu.
Abaixo, as perguntas enviadas ao Botafogo pela coluna que não tiveram resposta:
1- Quantas camisas o Botafogo vendeu neste último ano?
2- Quanto foi o prejuízo do clube com o atraso para a venda de camisas?
3- Esse impacto nas receitas estava previsto no orçamento do clube? Qual o tamanho?
4- Seria a redução da receita o motivo pelo adiamento do anúncio da Reebok e do patrocínio da Parimatch para 2023?
5- Muitos torcedores têm reclamado da demora nas entregas ou qualidade dos produtos em sites como o Reclame Aqui. O Botafogo tem ciência das reclamações?
6- Uma proposta formatada da WEV, bem avançada, incluindo modelos e quantidades, foi apresentada no mesmo dia do rompimento dos contratos. Isso foi previamente planejado?
7- Houve um processo de concorrência para escolha da WEV? Por que foi escolhida para fabricação e operação das lojas?
8- Quando o clube começa a utilizar as camisas da Reebok em jogos oficiais?
9- Quando o clube começa a vender as camisas da Reebok nas lojas oficiais?
10- Quando o Botafogo pretende retomar suas lojas físicas?
11- Quando a SAF Botafogo pretende divulgar obrigações financeiras que constam no acordo assinado com acionistas no dia 10 de março do ano passado?
12- Quando a SAF Botafogo pretende realizar a entrega dos balancetes que deveria ser feita até o 15º dia de cada mês e até hoje não foi feita?
13- Sabendo que, conforme judicializados no RCE em Out/21, o pagamento das dívidas do Botafogo é um feito por um % das receitas correntes (20%), era esse o objetivo da SAF ao romper com todos os patrocínios?
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.