Topo

Diego Garcia

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Empresa de golpe em palmeirenses é condenada por seguro de R$ 20 milhões

Colunista do UOL

13/03/2023 15h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A Xland Investimentos, empresa que ganhou notoriedade nos últimos dias por ter sido levada à Justiça pelos jogadores Gustavo Scarpa e Mayke, foi condenada nesta segunda-feira (13), em processo movido pela Gold Credit, instituição que cede garantias para operações financeiras, por conta de uma carta fiança de R$ 20 milhões.

A Gold, que é parceira de negócios da Bloomberg, acionou o Poder Judiciário alegando que contratou uma carta fiança para a Xland no valor de R$ 20 milhões, de modo que a empresa pudesse ter credibilidade e confiança no mercado, com lastro em suas operações.

A carta de fiança é um contrato em que a instituição financeira vira fiadora em algum eventual contrato, garantindo o cumprimento do acordo acertado entre o afiançado e seu credor.

Porém, a Gold tomou conhecimento de "atitudes discordantes" feitas pela empresa de criptomoedas, utilizando a marca Bloomberg indevidamente, "o que parece ser algo corriqueiro pela Xland", segundo avaliaram os advogados da autora da ação.

A empresa alega que a Xland não pagou a obrigação de renovação da carta fiança, que venceu em junho do ano passado, e ainda não quitou os prêmios e comissões devidos - o que implica na não-utilização da garantia -, em dívida que fica em torno de R$ 918 mil.

A Xland, mesmo citada no processo, não ofereceu contestação. Assim, a juíza Tamara Matos, da 24ª Vara Cível de São Paulo, julgou a empresa de criptomoedas à revelia e deu ganho de causa à Gold Credit.

A magistrada obrigou a Xland a parar de utilizar a carta fiança em seu favor em até 15 dias, sob pena de fixação de multa, e ainda condenou a indenizar os R$ 918 mil pedidos pela Gold Credit.

A Xland virou pivô do noticiário esportivo e policial nos últimos dias, por ter feito Scarpa e Mayke irem à Justiça não só contra a empresa, mas também contra o ex-companheiro de Palmeiras Willian Bigode.

Os jogadores dizem que receberam a indicação da Xland por meio da empresa WLJC Consultoria, que tem Willian Bigode como sócio.

Mayke diz que investiu R$ 4,5 milhões, e deveria ter um retorno de R$ 3,2 milhões. Scarpa, por sua vez, colocou R$ 6,3 milhões na Xland. Nenhum dos dois, contudo, conseguiu receber as quantias de volta quando tentaram reaver os investimentos.

Eles dizem que tinham uma relação de amizade com Willian. Por isso, depositaram suas confianças no jogador, que posteriormente os indicou à Xland para realizarem os investimentos. No caso de Mayke, ele era, inclusive, cliente da WLJC.

Em nota enviada à reportagem, Willian Bigode e a empresa WLJC se disseram vítimas da Xland, tendo realizado investimentos de R$ 17,5 milhões que, mesmo tendo o pedido de resgate sido feito em novembro do ano passado, até hoje não foram devolvidos.

Abaixo, veja o que mais diz Willian sobre o caso:

"Destaca-se que a empresa WLJC não é uma corretora muito menos tem poderes para realizar investimento em nome de seus clientes, atuando exclusivamente no ramo do planejamento financeiro.

Mayke é cliente da empresa WLJC que presta o serviço de planejamento financeiro. Ressalta-se que quanto ao Scarpa, somente foram prestadas informações com relação à Xland e qual o procedimento para investir, uma vez que ele não possui contrato de prestação de serviços com a WLJC.

Importante ressaltar que toda a relação contratual, envolvendo o investimento em criptoativos, deu-se diretamente por Mayke e Scarpa com a Xland, sendo todos os valores investidos transferidos diretamente para as contas da Xland".

Ao Fantástico, Gabriel Nascimento, sócio da Xland, afirmou que a empresa foi vítima da FTX, com sede nos Estados Unidos e que encerrou as atividades em novembro do ano passado. O empresário garantiu ter documentos que comprovam as transações e que vai entrar na fila de credores.