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Diego Garcia

REPORTAGEM

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Capital social de empresa de golpe em Scarpa é composto por esmeraldas

Willian Bigode, Mayke e Scarpa na época em 2021, quando eram companheiros de equipe no Palmeiras - Cesar Greco/Palmeiras
Willian Bigode, Mayke e Scarpa na época em 2021, quando eram companheiros de equipe no Palmeiras Imagem: Cesar Greco/Palmeiras

Colunista do UOL

24/03/2023 04h00

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A Xland, empresa que ficou conhecida por ter sido envolvida em suposto golpe envolvendo jogadores ligados ao Palmeiras, tem mais de 90% de seu capital social registrado em esmeraldas.

A informação consta na documentação da empresa entregue à Junta Comercial do Distrito Federal, à qual a coluna teve acesso. O capital social da Xland é de R$ 22,98 milhões, sendo R$ 21 milhões em esmeraldas brasileiras verdes tipo B.

O aumento no investimento feito pelos proprietários da empresa ocorreu em 31 de maio de 2022, pouco antes de Mayke e Scarpa investirem na empresa, por indicação de Willian Bigode. Os dois primeiros hoje brigam na Justiça para reaver mais de R$ 11 milhões.

Assim, em maio do ano passado, a Xland aumentou seu patrimônio registrado na Junta de R$ 80 mil para R$ 22,89 milhões. Além das esmeraldas, o outro ativo financeiro dado como capital social foi um terreno localizado no Acre, de onde é a empresa originalmente.

De acordo com reportagem da Revista Superinteressante, uma das principais áreas de exportação de esmeraldas fica na serra da Carnaiba, na Bahia, onde o mineral foi descoberto pela primeira vez no país, há mais de 60 anos.

A esmeralda verde é considerada a quinta pedra preciosa mais valiosa do mundo, ficando atrás do diamante, do rubi, da alexandrita - que, segundo o Fantástico, foi a garantia dada pelos donos da Xland aos palmeirenses - e a safira.

Entenda o caso da Xland com os jogadores

A Xland virou pivô do noticiário esportivo e policial nos últimos dias, por ter feito Scarpa e Mayke irem à Justiça não só contra a empresa, mas também contra o ex-companheiro de Palmeiras Willian Bigode.

Os jogadores dizem que receberam a indicação da Xland por meio da empresa WLJC Consultoria, que tem Willian Bigode como sócio. Mayke diz que investiu R$ 4,5 milhões, e deveria ter um retorno de R$ 3,2 milhões.

Scarpa, por sua vez, colocou R$ 6,3 milhões na Xland. Nenhum dos dois, contudo, conseguiu receber as quantias de volta quando tentaram reaver os investimentos. Eles dizem que tinham uma relação de amizade com Willian. Por isso, depositaram suas confianças no jogador, que posteriormente os indicou à Xland para realizarem os investimentos.

No caso de Mayke, ele era, inclusive, cliente da WLJC. Em nota enviada à reportagem, Willian Bigode e a empresa WLJC se disseram vítimas da Xland, tendo realizado investimentos de R$ 17,5 milhões que, mesmo tendo o pedido de resgate sido feito em novembro do ano passado, até hoje não foram devolvidos. A empresa não retornou o contato feito pela reportagem.