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Cury pede penhora de fundos e arena do Atlético-MG por 'indícios de fraude'
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O empresário André Cury disse à Justiça de São Paulo que vê indícios de fraude na administração do Atlético-MG. Ele também pediu que sejam penhoradas as contas dos fundos por trás do clube e também da arena.
A coluna entrou em contato com o clube, mas não obteve resposta até a publicação da matéria. O texto será atualizado quando isso acontecer.
Cury diz que desde 2017 o clube vem esvaziando seu patrimônio a fim de blindá-lo para não honrar com suas obrigações, por meio de seus administradores, o que configuraria suposta fraude por parte do Atlético-MG.
Ele explica que a Vencer Complexo Esportivo Multiuso SPE Ltda foi doada por um dos administradores do Galo para receber o valor da primeira venda do Shopping Diamond Mall, sendo detentora de 100% das cotas sociais.
Então, após receber o pagamento de R$ 312 milhões, cedeu integralmente as cotas ao Fundo de Investimento Imobiliário AVM FII, tornando o Atlético-MG detentor de 100% das ações. Porém, o valor da venda inicial de 50% do shopping sequer passou pelas contas bancárias do clube.
Quem recebeu foi a Arena Vencer, que tinha suas cotas sociais pertencentes ao Atlético, que posteriormente, após integralizar o capital social da empresa, cedeu ao fundo imobiliário constituído para recebê-las.
Cury citou que os administradores da Arena Vencer são Rubens Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador, os mesmos que comandam o clube e integram seu Conselho.
"O Fundo de Investimento Imobiliário AVM FII é administrado pelo Banco Inter, de Rubens Menin, conhecido como o principal mecena e 'dono' do clube mineiro, com aportes milionários de recursos financeiros através de seu grupo econômico", disse o empresário, por meio de suas advogadas Adriana Cury e Fernanda Saade.
"Prova maior não há que o Atlético-MG vem esvaziando seu patrimônio, seja pela venda de suas cotas no Diamond Shopping, seja pela transferência ao Fundo de Investimento constituído para este fim e que integra a Arena Vencer Complexo Esportivo Multiuso SPE Ltda", continuaram as advogadas.
Elas acrescentam que os administradores dos fundos e do clube costumam dar entrevistas noticiando as dificuldades financeiras do Atlético, com o propósito de blindá-lo e consequentemente lesar seus credores.
Além disso, Cury aponta que os administradores, além de venderem o shopping, pretendem finalizar o esvaziamento patrimonial do clube negociando a venda de parte do fundo de investimento com um investidor estrangeiro para se tornar uma SAF, impondo aos credores plano de pagamento nos moldes de recuperação judicial.
Cury define as atitudes como "atentado aos costumes" e cita "evidentes indícios de fraude". Também lembra ao Judiciário que, quando tentou bloquear as contas do Atlético-MG, encontrou apenas R$ 10 mil. A dívida do clube com o empresário está próxima a R$ 70 milhões.
A petição citando suposta fraude no Galo foi enviada por Cury à Justiça em um processo referente a uma dívida de R$ 14 milhões. Ao todo, são 28 processos do empresário contra o clube, que totalizam cobrança próxima a R$ 70 milhões.
O agente tenta evitar que seja liberada uma hipoteca judicial do registro do shopping, após a Multiplan fazer essa solicitação ao Judiciário, depois de depositar em juízo os R$ 14 milhões da dívida.
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