Operação de Brasil x Argentina indica rompimento de cartolas da CBF
A CBF decidiu pegar para si a operacionalização do jogo Brasil x Argentina, que será realizado no Maracanã, na próxima terça-feira. E irritou a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), que se sentiu ignorada no caso seria a responsável, indicando um rompimento entre Rubens Lopes, primeiro vice da CBF e presidente da federação carioca, e Ednaldo Rodrigues, presidente da confederação.
A coluna teve acesso a um documento enviado pela Ferj, e assinado por Rubens Lopes, ao Juizado do Torcedor na noite desta sexta. Nele, o cartola diz que não recebeu nenhuma (escrito em letras maiúsculas) atribuição da CBF para exercer qualquer atividade ou função na organização da partida - diferentemente do que tradicionalmente ocorre.
Questionado pela coluna sobre o motivo do envio do documento, Rubens Lopes disse que "porque a CBF agora tem dono". Além de mandatário da federação carioca, ele também é o primeiro vice da confederação.
"A Federação de Futebol do Rio entendeu ter sido atingida por atitudes praticadas à socapa e à sorrelfa, violadoras de regras básicas de sociabilidade, reconhecimento, respeito, consideração, obrigações institucionais e elementares princípios outros. Nem o ofício que encaminhamos foi respondido ou considerado. Um somatório de patacoadas, possivelmente desconhecidas pelo presidente, mas suficientemente o bastante para motivar o repúdio e severas críticas aos métodos e comportamentos vigentes", disse Rubens à coluna.
O UOL apurou que a Ferj ficou profundamente irritada com a atitude da CBF, não por ter ficado de fora do jogo, e sim por ter sido ignorada e pela forma como a confederação conduziu o fato. Essa atribuição é normalmente das federações. O fato indica um clima ruim entre Ednaldo e seu vice.
No documento enviado ao desembargador Agostinho Teixeira e ao juiz Marcello Rubioli, do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, Rubens Lopes ainda lamentou o fato de que a Ferj não vai realizar a operação da partida.
"Em que pese a expertise da Ferj na organização/operacionalização de partidas de futebol com grande demanda de torcedores no Estádio do Maracanã (atuando sempre em conjunto com os demais órgãos e entidades públicas e privadas envolvidas nos eventos), no caso em questão toda a responsabilidade operacional, de segurança, tributária, financeira e qualquer outra cabe única e diretamente à CBF".
O comunicado ainda acrescentou que qualquer questionamento deve ser endereçado diretamente à CBF.
Recentemente, em evento realizado na CBF para homenagear o presidente, que ganhou uma vaga no conselho da Fifa, somente 8 presidentes de federações estaduais compareceram. A ausência de 17 deles foi um indicativo que o ambiente entre Ednaldo e a cartolagem brasileira não é bom.
Procurada pela coluna, a CBF informou que não vai se manifestar. Caso decida comentar o caso, a reportagem será atualizada.
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