Justiça mantém salário de Bigode bloqueado e ameaça multá-lo por má-fé
*Com Ricardo Perrone, colunista do UOL
A Justiça de São Paulo rejeitou mais um pedido de Willian Bigode para desbloquear 30% de seu salário, penhorado por uma dívida com o lateral Mayke, seu ex-companheiro de Palmeiras.
O juiz Christopher Alexander Roisin, da 14ª Vara Cível, decretou que todos os pedidos de Bigode já foram "exaustivamente apreciados" em etapas anteriores do processo. E ameaçou aplicar uma multa por má-fé no jogador.
"Advirto os réus que a reiteração de argumentos já apreciados e rejeitados nesta instância será interpretada como resistência injustificada ao andamento do processo, e implicará a aplicação das penas da litigância de má-fé", disse o magistrado.
Os advogados de Mayke haviam pedido bloqueio de 30% dos rendimentos de Bigode — o que foi aceito pelo tribunal —, emprestado pelo Flu ao Athletico.
A defesa do jogador se opôs, alegando que a Xland, acusada de golpe de pirâmide financeira, havia dado pedras preciosas como garantia — que já foram classificadas como irrelevantes e suspeitas pelo Judiciário.
Bigode recebe cerca de R$ 520 mil por mês, dividido entre Fluminense e Athletico.
Mayke cobra mais de R$ 8 milhões de Bigode, que o indicou à Xland para realizar investimentos em criptomoedas. Gustavo Scarpa também alega ter perdido mais de R$ 6 milhões. Eles cobram de Willian.
Bigode e sua empresa WLJC se dizem vítimas da Xland, tendo realizado investimentos de R$ 17,5 milhões que, mesmo tendo o pedido de resgate sido feito em novembro do ano passado, até hoje não foram devolvidos.
"Nos valeremos dos meios processuais cabíveis com o objetivo de obtermos a reforma da decisão, tendo em vista a inequívoca existência de bem e ativos pertencentes a real devedora (Xland), absolutamente passíveis de serem arrestados para garantia do processo", disse Bruno Santana, advogado de Willian Bigode.
"É válido lembrar que sequer se iniciou o prazo para apresentação de defesa. Nos mantemos convictos da ausência de qualquer responsabilidade jurídica da WLJC, Willian e suas sócias acerca de eventuais prejuízos causados no âmbito de relações privadas estabelecidas entre a Xland e terceiros", acrescentou.
A Xland nega ter dado golpe em seus clientes. Ela afirma que os recursos da empresa foram congelados em um processo judicial de recuperação da [empresa] FTX que se desenrola nos Estados Unidos.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.