Diego Garcia

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Justiça tenta encontrar Marcelinho há mais de 2 anos por dívida de hospital

Há mais de 2 anos, a Justiça de São Paulo tenta encontrar, em vão, o ex-jogador Marcelinho Carioca para responder por uma suposta dívida de hospital.

O processo foi aberto em maio de 2021 por uma mulher chamada Cláudia Ferreira, que alega ter arcado com as despesas do tratamento da mãe do jogador no Hospital do Câncer.

Desde então, a Justiça ainda não encontrou o ex-atleta. Eduardo Rodriguez, advogado de Marcelinho, apontou que irá aguardar a citação para ter ciência da ação.

"Nós não sabemos e não reconhecemos esse caso em relação ao Marcelo. Iremos seguir os trâmites legais e jurídicos aguardando a citação do processo para tomar conhecimento", afirmou.

Em agosto de 2021, a Justiça realizou a primeira tentativa de encontrar o ídolo do Corinthians, mas a carta de citação foi recebida por um porteiro.

Outras tentativas foram feitas para citar Marcelinho. Até que, em julho de 2022, um funcionário do prédio disse que o ex-jogador havia se mudado.

Em seguida, o tribunal determinou a citação m locais de trabalho.

Em março deste ano, um oficial de Justiça esteve na Rádio Top FM, em Guarulhos, onde o ex-atleta foi comentarista, mas não conseguiu citá-lo.

No mês seguinte, outro oficial compareceu em dois endereços da Secretaria Municipal de Esportes da cidade de Itaquaquecetuba, onde ele exerceu cargo, mas também não o encontrou.

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Assim, no dia 17 de julho de 2023, a mulher mencionou pela segunda vez as tentativas frustradas de citar o ex-jogador. Ela disse que Marcelinho costuma fugir das cobranças por conta de sua fama como ídolo.

"Conforme é de praxe, e divulgado na mídia, quase sempre, o réu é afeito a fugir de suas responsabilidades, evitando as citações, esvaziando todas as possibilidades de ser encontrado, mesmo possuindo um Resort em Atibaia, cuja propriedade é anunciada nas redes sociais", disse Cláudia.

"Há 2 anos a ação tramita, mas não avança porque o réu, Marcelo, não é encontrado. Isso se dá pela folclórica ação no futebol, o que lhe dá prestígio em prejuízo daqueles que onerou, prejudicou, porque não conseguem citá-lo", acrescentou.

Ela, então, pediu que o ex-atleta fosse citado por edital, uma modalidade utilizada quando a pessoa se encontra ausente ou em local incerto.

Porém, em resposta publicada no dia 10 de agosto, a juíza Adriana Figueira, da 5ª Vara Cível de Santo André, apontou que citação por edital é prematura, pois ainda não havia esgotado os meios de localizar Marcelinho Carioca.

A magistrada, então, determinou que o tribunal buscasse novos endereços que poderiam ser do ex-jogador, pelos sistemas Sisbajud, Renajud e Infojud. Desde então, os autos do processo não apresentam novas atualizações sobre o paradeiro de Marcelinho.

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Nos últimos dias, o ídolo do Corinthians ganhou espaço nos noticiários por ter sofrido um sequestro ao lado de uma amiga. Ele pagou R$ 60 mil aos sequestradores, que chegaram a agredi-lo e divulgar um vídeo seu dizendo que havia saído com uma mulher casada.

Entenda o processo

No processo, Claudia Ferreira diz que era advogada de Ronan Maria Pinto, ex-presidente da empresa que administrou o Santo André por seis anos — a Saged (Santo André Gestão Empresarial Desportiva Ltda).

Ela diz que atendia os clientes do cartola e resolvia suas questões particulares e de terceiros ligados a ele, sem receber extra por isso. Entre essas pessoas estava Marcelinho, que defendeu o Santo André no fim da carreira, de 2007 a 2009.

Na época, Sueli estava internada no Hospital do Câncer. A advogada alega que Ronan pediu para transferir a mãe do ex-jogador para o Hospital Sírio-Libanês, já que seu estado de saúde tinha se agravado.

Segundo a advogada, Marcelinho estava em concentração e não podia acompanhar a mãe doente. Assim, Ronan pediu que ela resolvesse a situação, assinando contratos médicos como avalista e bancando o atendimento emergencial.

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Então, ela decidiu ir à Justiça alegando que arcou com as despesas do tratamento da mãe de Marcelinho e cobrando R$ 123 mil do ex-jogador.

A última decisão judicial do processo é de outubro deste ano e rejeitou embargos de declaração de Ronan Maria Pinto, outro citado na ação. Ele havia contestado uma declaração da mulher de que não consegue pagar as custas processuais por se encontrar em dificuldades financeiras.

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