Ex-atacante que virou entregador de pão culpa Santos e cobra R$ 500 mil
Ex-atacante da base do Santos, Lucas Passaro foi à Justiça contra o clube pedir uma indenização de mais de R$ 500 mil por danos morais e materiais pelo período que defendeu o time da Vila Belmiro.
Em uma primeira decisão, publicada na semana passada, a Justiça mandou citar o clube sobre o processo, mas negou a liminar pedida pelo jogador.
Procurado pela coluna, o Santos diz que ainda não foi citado do processo.
Na ação, Lucas Passaro diz que teve contrato de formação com o Santos a partir de 2019, quando tinha só 14 anos e passou por uma seletiva para ingressar no clube. Antes, estava no Palmeiras, onde atuou com Endrick, hoje titular do time alviverde e vendido ao Real Madrid.
Porém, quando chegou à Vila Belmiro, Passado diz que passou a enfrentar problemas no joelho, que começaram depois de pancada sofrida em um treino de fevereiro de 2021. A partir daí, alega que "nunca mais foi o mesmo".
Foi diagnosticado com um quadro de tendinite patelar, com solicitação do médico para que reduzisse o impacto por uma melhora na reabilitação. Porém, segundo o jogador, o clube não seguiu as recomendações e o submeteu a "cargas exageradas de fisioterapia, bem como treinamentos e competições, gerando impactos consideráveis em seu joelho".
O quadro do joelho se agravou nos meses seguintes. O médico recomendou que fosse afastado dos treinamentos, bem como atividades com corridas e saltos, para se dedicar à reabilitação.
Mesmo assim, Passaro diz que o Santos mandou que retornasse às atividades apenas 2 dias depois, ignorando os médicos, piorando o quadro clínico. Meses depois, foi dispensado pelo clube da Vila Belmiro "sem qualquer amparo".
A partir daí, não teve dinheiro para seguir o tratamento do joelho e não conseguiu mais clube para jogar.
Hoje, Passaro ganha a vida em uma indústria de pão, sendo responsável pela retirada de mercadorias, mas continua procurando maneiras de se recuperar e voltar a jogar, mas esbarra nas condições financeiras ruins para arcar com as consultas médicas e sessões de fisioterapia.
Os advogados do jogador culpam o Santos e acusam o clube de ser "negligente e desidioso", além de responsável pelas graves consequências futuras, no caso, o de Passaro não realizar o sonho de ser jogador e sofrer prejuízos irreparáveis por não ter obedecido a prescrição médica.
"A todo tempo, o Santos tomou atitudes e realizou determinações totalmente contrárias à prescrição médica, negligenciando os direitos de Passaro e o impacto que poderia causar em seu futuro. O médico determinava uma diminuição no impacto, o clube aumentava a carga de treino, fisioterapia e competição. O médico especialista, após piora do quadro clínico,determinou o afastamento das atividades, o Santos determinou que treinasse com a bola", disseram seus advogados.
Para eles, o Santos é o agente direto causador e responsável pelo agravamento do quadro clínico do atleta, além de ter deixado de lhe prestar auxílio e apoio a partir do momento que o dispensou em meio à lesão.
No total, entre danos morais e materiais, eles cobram R$ 510.830,00 do clube.
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