Corinthians diz à Justiça que Duílio assumiu dívida com agente de propósito
Em resposta a um processo movido pelo empresário André Cury, o Corinthians culpou o ex-presidente Duilio Monteiro Alves pelas dívidas com o agente que foram judicializadas.
Cury cobra mais de R$ 20 milhões do clube na Justiça de São Paulo. Em resposta a uma das ações, de R$ 2,5 milhões, o clube diz que a cobrança é excessiva e atribuiu o aumento ao ex-dirigente.
Segundo os advogados do Corinthians, a dívida era, no ano passado, de R$ 1,5 milhão. Porém, Duilio teria assinado uma confissão por quantia maior - R$ 2 milhões -, sem qualquer demonstrativo de cálculo que corroborasse o valor alcançado.
Na avaliação da defesa do clube, Duílio sabia que não seria reconduzido ao cargo por vedação estatutária, "o que levanta suspeitas sobre uma possível intenção de causar prejuizo à próxima gestão".
O Corinthians disse ao tribunal que pretende investigar o caso internamente, mas que a mudança de Duílio no acordo buscou afastar a prescrição de grande parte das parcelas das dívidas, deixando o problema para a futura gestão.
O empresário ingressou com 5 processos contra o clube no último mês de março. O Corinthians já teve ordens judicias para pagar mais de R$ 20 milhões ao agente, mas prepara defesa para questionar os pagamentos.
Cury cobra o pagamento de empréstimos ou comissões feitas por transferências de alguns atletas, como Otero, Cazares e Ederson. O Corinthians tenta efeito suspensivo para evitar os pagamentos.
A coluna procurou o clube, que afirmou que, como existe um processo em tramitação, sem nada em definitivo, não vai comentar.
Já Duilio rebateu a afirmação do clube.
"Intenção de causar prejuízo? Deve haver algum engano. Eu sou o presidente que reduziu o endividamento do clube de R$ 949 milhões para R$ 885 milhões em meio a uma Taxa Selic de 14%. Você precisa falar é com a gestão atual, que investiu mais de R$ 130 milhões em aquisições de atletas, contratou dezenas e dezenas de jogadores para a base, pretende reativar a categoria Sub-23, faz permutas por colchões em evidente prejuízo ao clube e paga comissão em contratos com patrocinador para empresa intermediadora que não exerce essa atividade, e tudo isso sem sequer dar uma única explicação oficial ao seu torcedor", disse o ex-presidente.
"Havia dívidas cujo prazo exigia renegociação e que precisavam ser enfrentadas a fim de evitar disputas judiciais certas, que poderiam resultar em valores bem superiores. Eu não ia permitir que o Corinthians entrasse nessa roleta-russa, mas a atual gestão parece gostar de administrar com alto risco", concluiu.
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