Polícia diz que não pode dar informações a Scarpa em briga com Bigode
Por meio da Advocacia-Geral da União, a Polícia Federal se manifestou em um processo movido pelo meia Gustavo Scarpa, do Atlético-MG, contra seu ex-colega de Palmeiras, Willian Bigode, hoje no Santos.
Um ofício enviado à Justiça de São Paulo informou que o delegado de polícia federal responsável por um inquérito contra a Xland — empresa de criptomoedas pivô da briga entre os jogadores — está impedido de apresentar as informações pedidas por Scarpa.
O jogador havia obtido decisão judicial que mandava a polícia federal prestar esclarecimentos sobre o andamento ou resultado de um laudo merceológico nas pedras preciosas dadas pela Xland como garantia a um investimento de R$ 6 milhões feito por Scarpa, que nunca conseguiu reaver o dinheiro.
Segundo disse a Advocacia-Geral da União, existe um sigilo judicial imposto pela Justiça Federal do Acre que impede os policiais de fornecerem as informações exigidas pela Justiça no caso envolvendo Scarpa e Bigode.
"De acordo com o delegado de Polícia Federal presente no inquérito, a divulgação de informações sobre o laudo pode ser precipitada, na medida em que pode prejudicar o andamento da investigação e a eventual recuperação de ativos obtidos com os crimes sob exame", informou o advogado.
Com o posicionamento da polícia, Scarpa pediu que a Justiça de São Paulo encaminhe ofício à investigação no Acre, solicitando que o laudo em questão seja compartilhado de maneira sigilosa ao processo contra Bigode e a Xland.
Em decisão publicada na semana passada, o tribunal determinou o envio de um ofício à Justiça Federal do Acre, responsável por um pedido de busca e apreensão contra a Xland, determinando que informe ao Judiciário paulista, em caráter sigiloso, o teor do laudo.
Com o laudo em mãos, o juiz quer saber o valor real das pedras preciosas, aos quais a Xland diz que valem mais de R$ 2 bilhões, mas que foram compradas por apenas R$ 6 mil. O processo corre desde o início do ano passado, na Justiça de São Paulo.
No último dia 16 de maio, Scarpa informou à Justiça que já enviou a decisão cobrando o laudo em caráter sigiloso. Ele aguarda resposta. O atleta cobra mais de R$ 6 milhões da Xland e de Willian Bigode, ex-companheiro de Palmeiras, acusado de ter feito a intermediação do meio-campista com a Xland. Mayke também pede na Justiça mais de R$ 8 milhões.
Bigode e sua empresa WLJC se dizem vítimas da Xland, tendo realizado investimentos de R$ 17,5 milhões que, mesmo tendo o pedido de resgate sido feito em novembro de 2022, até hoje não foram devolvidos.
A Xland nega ter dado golpe em seus clientes. Ela afirma que os recursos da empresa foram congelados em um processo judicial de recuperação da [empresa] FTX, que se desenrola nos Estados Unidos.
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