Neto vai à Justiça contra Pablo Marçal por ofensas após crítica a fake news
O apresentador Neto, da Band, entrou na Justiça contra o influenciador Pablo Marçal, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, por uma ofensa após críticas à divulgação de notícias falsas sobre o envio de doações ao Rio Grande do Sul durante a tragédia das enchentes, que matou 169 pessoas e desalojou ao menos 581 mil gaúchos.
Ídolo do Corinthians, Neto afirmou no processo que foi surpreendido por Marçal no último dia 9 de maio. Em uma live no Instagram, onde possui 10 milhões de seguidores, o coach disse que "Neto é cheirador de cocaína". Também afirmou que o apresentador estaria "desejando a sua morte".
O ex-jogador quer explicações judiciais de Marçal para que confirme ter dito tais palavras em seu perfil de Instagram e ainda se, de fato, estava se referindo ao apresentador. Caso contrário, pediu que explique a quem exatamente se referia.
Neto ainda questionou se o influenciador teve a intenção de lhe imputar a pecha de usuário de drogas proibidas e exigiu retratação, com desculpas formais e se comprometendo a reproduzi-las em vídeo nas redes sociais.
Como começou a polêmica
As ofensas de Marçal foram feitas um dia após Neto criticar influenciadores que propagam notícias falsas nas redes sociais durante a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul. O ex-jogador não citou nomes, mas atacou quem estava espalhando as fake news sobre o envio de mantimentos às famílias desalojadas pelas chuvas.
"Aí vem um babaca falar que carros e caminhões estão sendo multados, isso é mentira, é fake news, babaca do influenciador que faz com que as outras pessoas tenham medo de doar coisas, porque pode ter algum tipo de represália em relação a multas, em relação a tudo, porque o que eles querem é acabar com as pessoas, acabar como ser humano, é isso que esse pessoal quer, essa cambada de vagabundo que faz fake news", disse Neto.
"É isso que vocês merecem, vocês merecem a morte, vocês merecem o capeta, porque vocês não merecem estar aqui, respirando este ar, porque as pessoas do Sul precisam de amor, de caridade, de compaixão e do nosso dinheiro e de quem tem dinheiro, é isso que precisa e acabou. E quem gostou, gostou, e quem não gostou que tire da televisão, que mude de canal", continuou o apresentador, durante seu programa ao vivo.
Dias antes, Pablo Marçal disseminou notícias falsas sobre doações destinadas às vítimas, dizendo que as autoridades estariam pedindo notas fiscais e multando carros e caminhões. A publicação foi compartilhada por políticos e outros influenciadores e foi, posteriormente, desmentida pelo governo gaúcho e autoridades do estado.
Marçal, apesar de não ter sido citado por Neto, deu resposta em seu Instagram dizendo aos seus seguidores: "sobre ajuizamento de ação contra a Rede Globo, já foi notificada. Neto, que tá desejando a minha morte aí, que é um cheirador de cocaína e fala sem nenhuma responsabilidade, vai ser acionado também. E todo dinheiro que eu receber das duas ações vai ser para construir casa", disse o influenciador.
O governo do Rio Grande do Sul precisou desmentir a situação.
"Não está sendo exigida nota fiscal de doações. Não estão sendo multado os veículos de apoio a salvamentos. Não é obrigatória licença para pilotar barcos e jet skis em operações de salvamento. Não há fiscalização, pelo governo do estado, de marmitas feitas por voluntários. O dinheiro doado pelo pix oficial não vai para o caixa do governo", publicou o governo gaúcho.
Arthur Lemos, secretário-chefe da Casa Civil, foi outro que precisou vir a público desmentir as alegações de Marçal.
"Nesse momento difícil que estamos passando no Rio Grande do Sul, passo aqui para dizer que é fake a informação que estão sendo retidas as doações em postos para cobrança de impostos. Não, não estão. As doações estão passando isentas, não nenhuma cobrança de impostos", afirmou.
Neto foi procurado para comentar o processo, mas não quis se manifestar. Já Marçal rebateu: "Antes de fazer qualquer retração vou pedir o exame toxicológico ou psiquiátrico dele. Em todos os casos, vou solicitar ao Grupo Bandeirantes o seu afastamento da função", afirmou.
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