Em sigilo, Justiça bloqueou contas do Corinthians mais de 130 vezes
Em sigilo, a Justiça de São Paulo vasculhou as contas bancárias do Corinthians por 15 dias e realizou mais de 130 bloqueios, em ativos financeiros de mais de 20 instituições encontradas relacionadas ao clube.
Os bloqueios ocorreram em processo movido pelo empresário André Cury, após decisão judicial que determinou a penhora das contas por um período de 30 dias em segredo, para que o clube não pudesse retirar os valores que caíssem em suas contas no período.
As penhoras começaram no dia 5 de junho e duraram até o dia 20. Como o valor de R$ 2,8 milhões pretendido foi bloqueado até essa data, as buscas não precisaram durar o mês inteiro, como determinou a Justiça.
Porém, apesar de ter buscado o bloqueio dos ativos corintianos mais de 130 vezes, em diferentes contas bancárias, a Justiça não encontrou nem R$ 1 em pelo menos 70% das vezes.
Em outras, encontrou as contas com insuficiência de saldo para quitar o débito com o agente. Em uma dessas vezes, por exemplo, existia apenas cerca de R$ 71 em conta. Em outra, R$ 276.
Um dos maiores bloqueios ocorreu em uma conta do clube no Santander, no valor de R$ 559 mil, no dia 11 de junho. Seis dias antes, havia penhorado outros R$ 411 mil em uma conta da Caixa Econômica.
O valor penhorado total superou os R$ 3,1 milhões, acima do que estava determinado. Os representantes de Cury pediram revisão da quantia por juros e correção, o que foi aceito pelo tribunal.
No total, em diferentes processos, o empresário cobra mais de R$ 20 milhões do Corinthians. Ele busca penhoras e bloqueios nas outras ações. O clube se defende dizendo que a cobrança está com valores acima do que considera correto.
Procurado pela coluna, o Corinthians disse que não comenta processos em andamento.
Reportagem
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