São Paulo culpa torcedor por agressão contra o Palmeiras e cita roupa verde
Em contestação enviada à Justiça, o São Paulo culpou o torcedor que sofreu agressões no Morumbi, em clássico contra o Palmeiras, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro, em abril deste ano. O homem, chamado Paulo, cobra indenização de R$ 50 mil por danos morais.
A tese de defesa do São Paulo está amparada na culpa exclusiva da vítima e autor da ação. O time do Morumbi disse à Justiça que, segundo apurou, diferentemente do que Paulo alega, ele não era torcedor são-paulino, e sim um palmeirense infiltrado no meio dos tricolores. Além disso, utilizou roupas e acessórios com elementos da cor verde, alusivo ao rival, e zombou do desempenho da equipe da casa no clássico.
"Ao optar por se inserir na torcida são-paulina, mesmo sendo torcedor do Palmeiras, Paulo desrespeitou a diretriz estabelecida pelo Ministério Público e colocou-se em uma posição de risco. Sua decisão de comparecer ao estádio trajando roupas e utilizando acessórios que remetiam ao clube rival (trecho colocado em verde) contrariou a medida de torcida única e contribuiu diretamente para a situação de conflito que se desenrolou", disse a defesa do clube.
O clube alega que foram apenas duas pessoas que o intimidaram, sendo que o restante teria oferecido ajuda e solidariedade, protegendo o homem das agressões.
O São Paulo ainda aponta que prestou socorro na enfermaria, com atendimento médico preventivo e inclusive tendo enfaixado o cotovelo do torcedor que apanhou. O clube diz que ele age de má-fé ao dizer que não recebeu nenhum tipo de ajuda.
Agora, o São Paulo busca provas relacionadas ao caso para a audiência de instrução e julgamento. O clube pretende colher os depoimentos das pessoas que atenderam a ocorrência.
O torcedor, por sua vez, diz que foi agredido, recebendo diversos empurrões, socos e pontapés, que o lançaram vários lances de escada abaixo, nas arquibancadas do estádio tricolor. A ação corre na 3ª Vara Cível do Foro Regional XV, no Butantã.
O torcedor afirmou que costuma ir habitualmente aos jogos do São Paulo, mas que atualmente não possui camisa do clube tricolor por conta dos preços elevados, razão pelo qual estava sem o uniforme no dia da partida diante do rival.
O são-paulino diz que a sessão de linchamento poderia ter o levado a óbito e que o São Paulo não lhe deu nenhum suporte ou atendimento médico após as agressões. Para completar, ele também alegou ter sofrido violência policial.
Procurado, o clube disse que não comenta processos em andamento.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.