Por 39min, Cafu tenta anular leilão de mansão vendida pela metade do preço
Pentacampeão mundial com a seleção brasileira, Cafu corre contra o tempo para evitar ter que entregas as chaves de sua mansão, vendida em leilão para o pagamento de dívidas.
No momento, ainda existe uma liminar do STJ que impede a expedição da carta de arrematação, o que trava a entrega das chaves ao novo comprador. Enquanto isso, a defesa do ex-jogador ainda trabalha para anular o certame.
Na última sexta-feira, a defesa do ex-lateral ingressou com um pedido urgente de liminar sob o pretexto de "necessidade de imediata anulação da arrematação".
A alegação dos advogados de Cafu é que o leilão não respeitou algumas regras, como o horário previsto. Eles dizem que o edital dizia que o primeiro certame seria às 14h do dia 1º de outubro e o segundo 1 hora depois, às 15h, mas teve início 14h21, com término 15h41.
A primeira praça deveria ter lances de R$ 40 milhões, valor real do imóvel, e ter duração de 1 hora, o que não aconteceu. "Referido ato configurou evidente afronta ao ordenamento jurídico, ante a inobservância ao horário consignado em edital", disseram os advogados de Cafu.
A defesa do pentacampeão pediu que o leiloeiro responsável disponibilize à Justiça os arquivos eletrônicos e de multimídia do leilão para comprovar que os horários previstos no edital foram descumpridos.
Também acusaram outros vícios, como a notificação feita a Cafu sobre o leilão não respeitando os 5 dias de antecedência ordenados pela lei, o que inviabilizou a defesa do ex-lateral de se manifestar, e ainda um percentual de 6% considerado alto ao leiloeiro.
Cafu ainda se sentiu prejudicado pois o lance aprovado foi uma oferta com proposta de parcelamento, sendo que outros lances ofertados de maneira à vista foram ignorados. A proposta vencedora foi de R$ 20,27 milhões, quase metade do valor da mansão.
No último dia 16 de outubro, em decisão do juiz Bruno Paes Straforini, da 1ª Vara Cível de Barueri, foi oficializada a homologação do certame e rejeitados os dois últimos recursos apresentados por Cafu e sua esposa.
Eles defendiam que o local é um bem de família, onde mora o casal e seus filhos, tornando, assim, o imóvel impenhorável. A Justiça, que já havia rejeitado essa tese, mais uma vez negou o recurso.
O juiz também deu ciência ao depósito de R$ 6,2 milhões feito pelo comprador da mansão, sendo que R$ 1,2 milhão foi endereçado ao leiloeiro responsável. O imóvel foi arrematado por R$ 20,2 milhões, metade do seu valor real, avaliado em R$ 40 milhões.
Para completar, o tribunal também pediu que mais duas penhoras sejam anotadas no processo, sendo uma do Banco Industrial e seus advogados, de R$ 1,5 milhão, e de outro credor, que também conseguiu bloquear mais R$ 615 mil. Os bloqueios na mansão ultrapassam o valor de venda.
O imóvel foi adquirido por uma imobiliária de São Paulo, que aguardava uma decisão da Justiça com a homologação do resultado do leilão para, agora, negociar a entrega das chaves por parte de Cafu.
No leilão, foram dados 15 lances, com quatro licitantes que participaram da concorrência. Nenhum deles fez ofertas na primeira rodada, que colocou o valor integral do imóvel em jogo, ou R$ 40 milhões. As propostas foram todas feitas na segunda chamada.
A mansão de Cafu tem 2.581 m², quatro andares, seis suítes, e possui piscina, quadra de futebol society, salão de jogos, sala de cinema, sala de troféus, saunas e elevador.
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