Justiça rejeita pedido de Cafu e mantém venda de mansão por dívidas
A Justiça de São Paulo rejeitou um pedido da defesa de Cafu para anular a venda de sua mansão, que foi leiloada por R$ 20 milhões - metade de seu verdadeiro valor - para o pagamento de dívidas do ex-lateral da seleção brasileira.
No início do mês, a defesa do capitão do penta ingressou com um pedido urgente de liminar sob o pretexto de "necessidade de imediata anulação da arrematação".
A alegação dos advogados de Cafu é que o leilão não respeitou algumas regras, como o horário previsto. Eles dizem que o edital dizia que o primeiro certame seria às 14h do dia 1º de outubro e o segundo 1 hora depois, às 15h, mas teve início 14h21, com término 15h41. Também questionou outros fatores, como o leiloeiro nomeado e circunstâncias do edital.
Porém, o juiz Bruno Paes Straforini rejeitou o pedido, dizendo que "havia expressa menção à possibilidade de prorrogação por 20 minutos em caso de disputa ao vivo e possibilidade de prorrogação por 3 minutos em caso de novo lance, o que foi observado no caso em análise".
Também disse que os demais pedidos não merecem acolhimento pois se tratam de matérias que já foram decididas anteriormente. Ele afirmou que a proposta vencedora respeitou a lei e não deve ser anulada.
O imóvel foi colocado a leilão por R$ 40 milhões, mas não recebeu propostas. Em um segundo certame, realizado em seguida, foram dados 15 lances, com quatro licitantes que participaram da concorrência. Nenhum deles fez ofertas na primeira rodada, que colocou o valor integral do imóvel em jogo, ou R$ 40 milhões. As propostas foram todas feitas na segunda chamada.
A mansão de Cafu tem 2.581 m², quatro andares, seis suítes, e possui piscina, quadra de futebol society, salão de jogos, sala de cinema, sala de troféus, saunas e elevador.
A defesa do pentacampeão pediu que o leiloeiro responsável disponibilize à Justiça os arquivos eletrônicos e de multimídia do leilão para comprovar que os horários previstos no edital foram descumpridos.
Também acusaram outros vícios, como a notificação feita a Cafu sobre o leilão não respeitando os 5 dias de antecedência ordenados pela lei, o que inviabilizou a defesa do ex-lateral de se manifestar, e ainda um percentual de 6% considerado alto ao leiloeiro.
Cafu ainda se sentiu prejudicado pois o lance aprovado foi uma oferta com proposta de parcelamento, sendo que outros lances ofertados de maneira à vista foram ignorados. A proposta vencedora foi de R$ 20,27 milhões.
O imóvel foi adquirido por uma imobiliária de São Paulo. No momento, ainda existe uma liminar do STJ que impede a expedição da carta de arrematação, o que trava a entrega das chaves ao novo comprador.