Diego Garcia

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Família de cruzeirense morto por organizada cobra R$ 9 milhões do Palmeiras

A família de José Victor dos Santos Miranda, que morreu no último dia 29 de outubro após uma emboscada da torcida organizada do Palmeiras contra a do Cruzeiro, foi à Justiça contra o time alviverde cobrando uma indenização de R$ 9 milhões.

Ao todo, são quatro processos movidos por parentes de Zé Victor, como era conhecido. Eles cobram mais de R$ 9 milhões, se somados honorários e custas processuais. A maior cobrança é da mãe, Jaqueline, que cobra R$ 5,75 milhões. O irmão e avós são os outros autores das ações.

Os processos são semelhantes. Os parentes narram que o torcedor era membro da organizada do time do coração, Máfia Azul, e que sempre foi "uma pessoa trabalhadora, atenciosa, amigável, generosa e honesta", além de "um rapaz sempre muito alegre, que construiu amizades durante sua vida. Um filho honroso, solidário e afetuoso".

A família diz que sua morte causou muita dor e sofrimento, especialmente pela forma cruel e violenta que foi, com os palmeirenses utilizando pedaços de madeira e barras de ferro, ateando fogo nos ônibus da torcida mineira, tudo fruto de uma emboscada da Mancha Alviverde, principal organizada do Palmeiras.

"A dor da precoce partida do filho gera impactos infindáveis, sentimentos de tristeza permanentes, e um desejo mordaz de alcançar a devida justiça", diz o advogado que representa a família. Ele tenta associar o Palmeiras ao crime, narrando o histórico de violência de sua organizada e responsabilizando o clube pelo fato.

O Palmeiras ainda não foi notificado pela ação e disse que não comenta processos judiciais. Internamente, o clube foi pego de surpresa, já que a atual diretoria possui relações rompidas com a organizada investigada pelo assassinato do torcedor do Cruzeiro.

A presidente Leila Pereira constantemente toma medidas contra a Mancha, e assim a cúpula do clube entende que não há razão para o Palmeiras ser responsabilizado por um crime que ocorreu em uma rodovia, fora de qualquer data oficial de jogos do time.

O advogado Juliano Pereira Nepomuceno é o mesmo que representa o irmão da palmeirense Gabriela Anelli, em processo de indenização por danos morais pela morte da torcedora. No mês passado, a coluna noticiou a ação, com uma cobrança de R$ 1 milhão.

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