Topo

Diogo Silva

Dustin Porier quebra a banca ao vencer McGregor por nocaute no UFC 257

Dustin Poirier (direita) acerta mais um golpe em Conor McGregor (e) durante luta do UFC 257 - Jeff Bottari/Getty Images
Dustin Poirier (direita) acerta mais um golpe em Conor McGregor (e) durante luta do UFC 257 Imagem: Jeff Bottari/Getty Images

27/01/2021 04h00

O nocaute de Dustin Poirier sobre Conor McGregor (o primeiro da carreira) no UFC 257 pegou muita gente de surpresa, no último sábado, na Etihad Arena, na ilha Yas, em Abu Dabhi.

Foi uma grande zebra que deve ter enchido os bolsos de quem apostou contra o irlandês. Acredito que além da família de Poirier, apenas alguns fãs estavam de fato torcendo para o estadunidense.

Parece que lá na ilha Yas, está tudo meio liberado, e nem mesmo a covid-19 afastou torcedores. Dos 18 mil lugares disponíveis na arena, dois mil foram ocupados por pessoas que assistiram in loco ao primeiro nocaute de McGregor no UFC.

Com vários chutes nas pernas e uma sequência de soco fulminantes, Poirier derrotou o maior falastrão que o UFC já teve. Em apenas um round e meio, o estadunidense acabou com a luta, devolvendo o nocaute que tomou de Conor em 2014. E fica a promessa de uma trilogia, já que agora cada lutador tem uma vitória.

O irlandês estava melhor na luta, engoliu o adversário no primeiro round e quase o nocauteou. Com golpes precisos e uma grande variação de chutes e socos, parecia que McGregor levaria mais essa.

Mas, na volta do segundo round, Poirier soltou uma sequência de socos que pegou o irlandês de surpresa. O estadunidense viu uma oportunidade quando a mão começou a entrar e jogou toda sua energia para derrubar McGregor.

A derrota de McGregor por nocaute pegou muitos torcedores de surpresa. Muito confiante, como sempre, ele chegou à ilha Yas de iate com a família.

Chegar de Iate antes de uma luta é para lá de hollywoodiano. Eu, nos meus tempos de atleta, já cheguei até em porta-malas de carro. Dessa forma, não consigo imaginar o tipo de vida que McGregor vem levando. Mas sei de uma coisa: no mundo das lutas, marketing valoriza, mas não vence luta, e o atleta mais focados sempre leva a melhor. E foi isso que aconteceu.

A carreira meteórica de Conor McGregor

De origem irlandesa, da cidade de Dublin, McGregor parecia ter saído de filmes de gangues. Mas, na verdade, ele era encanador em canteiro de obras antes de ser convidado em 2013 pelo UFC. Seu pai não acreditava que ele poderia viver de artes marciais e obrigou o caçula da família a ter uma profissão comum.

Devido a sua persistência, McGregor manteve a profissão de encanador, enquanto treinava boxe e kickboxing, até passar a conquistar títulos na Irlanda.

Com um cartel recheado de vitorias, um dos maiores falastrões do UFC nos últimos tempos, McGregor viu, em sete anos, sua carreira deslanchar e se traduzir em conquistas, fortuna e confusões.

Rei do "trash-talk", o irlandês ficou conhecido por provocar seus adversários e pelo seu estilo extravagante. Além de ter uma esquerda potente, McGregor é dono de um dos nocautes mais rápidos do UFC. O brasileiro José Aldo, por exemplo, durou apenas 13 segundos na sua frente.

O jeito falastrão, briguento e nocauteador fez sua carreira alcançar lugares imagináveis. O irlandês tem no marketing pessoal sua estratégia de vitória e, junto com a empresa que toma conta da sua carreira, a "Paradigm Sports Management", contratou uma equipe de documentarista para acompanhar sua carreira. O documentário "Cornor McGregor Notorious" foi lançado em 2017 e está disponível na Netflix.

Depois de vencer o brasileiro José Aldo em 2015, no UFC 194, e de dois duelos sangrentos contra Nate Dias, no UFC 196 e no 202, em 2016, com uma vitória para cada lado, ele se afastou do UFC para se dedicar ao boxe profissional e lutar contra o pugilista Floyd Mayweather em 2017. Apesar da derrota por nocaute, o irlandês faturou U$S 30 milhões no desafio que foi chamado "a luta do dinheiro".

Naquele momento, MCGregor colocava o MMA no lugar mais alto do mundo das lutas e passava a ser conhecido fora da bolha do UFC.