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Diogo Silva

REPORTAGEM

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Após semi olímpica, Titoneli faz temporada em sete países na Europa

Milena Titoneli com a medalha de ouro conquistada em torneio G1 de Taekwondo na Albânia - Reprodução/Instagram
Milena Titoneli com a medalha de ouro conquistada em torneio G1 de Taekwondo na Albânia Imagem: Reprodução/Instagram

07/10/2021 12h03

Semifinalista olímpica no torneio de taekwondo nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, Milena Titoneli, 23, voltou com tudo às competições. Em sua primeira disputa pós-olímpica, a brasileira conquistou a medalha de ouro no último domingo (3) no Albânia Open, primeira parada de uma temporada europeia na qual competirá e treinará em sete países.

Em conversa com Milena, ela colocou que a parte emocional foi o que precisou de mais atenção no pós-olímpico. Junto com seu preparador físico, fez um trabalho de "destreino" para iniciar um novo ciclo. Agora, está de volta às competições fazendo uma trip de dois meses pela Europa.

Durante sua estadia europeia, Titoneli irá competir em cinco países diferentes. Além da Albânia, passará por Monte Negro (17/10), Holanda (23/10), França (13/11) e Áustria (28/11). Em todos, disputará torneios G1 (nomenclatura do nível do evento) valendo 10 pontos. Titoneli também treinará em três países diferentes na preparação para os torneios. Fará seis dias de treinos na Polônia, três na Bélgica e 14 na França.

As competições que valem mais pontos no circuito internacional de taekwondo são os Jogos Olímpicos, Campeonato Mundial, Grand Prix, Grand Slam na China, Jogos Pan-Americanos, Universitário, Militar e torneios G1.

Para um ciclo promissor, Titoneli precisa conseguir, no mínimo, 40 pontos todos os anos para se manter entre as seis melhores do mundo. No momento, a brasileira ocupa a quarta colocação no ranking olímpico. Se os Jogos da França fossem no ano que vem, já estaria classificada.

Depois de competir na Albânia (nível G1), Titoneli está treinando com a atleta da categoria até 57 kg, Patrycia Adamkiewics, na Polônia, juntamente com o técnico Leonardo Gambluch.

Na França, palco dos próximos Jogos, Milena vai treinar com a lutadora Magda Wiet-Héin, que também competiu em Tóquio na categoria até 67 kg. Durante esse período, a brasileira terá a oportunidade de treinar com a seleção nacional comandada pelo técnico e ex-atleta olímpico Rosendo Alonso da Espanha.

O início do ciclo olímpico para Milena não sairá barato. Com o euro a R$ 6,35 (câmbio em 6/10), um período de dois meses visitando sete países é superior a qualquer bolsa atleta: seja podium (até R$ 15 mil) ou olímpica (R$ 3.100).

Com o fim do ciclo olímpico, também se encerram os custeios de treinos e competições via Comitê Olímpico do Brasil (COB) e Confederação Brasileira de Taekwondo, pelo Programa de Preparação Olímpica (PPO), oriundos da lei das loterias.

Existe também o orçamento extraordinário, para custear competições que não faziam parte do orçamento das Confederações ou para situações em que o COB precisa intervir. Mas para obter o recurso é necessário que o diretor técnico da Confederação faça a solicitação com antecedência para ser avaliada pelo grupo administrativo do COB.

Para ajudar nas despesas, Titoneli está rifando o celular Samsung que ganhou em Tóquio.

A vaga para os Jogos Olímpicos da França é via pontos corridos classificando os seis melhores pelo ranking olímpico no segundo semestre de 2023 ou pela classificação continental que será possivelmente no primeiro trimestre de 2024.

Titoneli - Gaspar Nóbrega/COB - Gaspar Nóbrega/COB
Milena Titoneli, do Brasil, disputou com a marfinense Ruth Gbagbi o bronze do taekwondo feminino, categoria até 76kg, dos Jogos Olímpicos de Tóquio
Imagem: Gaspar Nóbrega/COB

Semifinal em Tóquio

Depois de alcançar o feito de chegar à semifinal olímpica, perdendo o bronze para a multimedalhista Ruth Gbagi, da Costa do Marfim, Milena tirou um período de descanso de apenas oito dias de férias e mais dez dias para recuperação de uma cirurgia de miopia, que não conseguiu fazer durante o ciclo para Tóquio.

Seu preparador físico e também companheiro Ariel Roberth Longo, que trabalha com a seleção brasileira de karatê, levou Milena para fazer um período de treinos no Ceará, junto com seus atletas.

Ariel conta que as duas artes podem e devem se ajudar. Uma troca importante é que o karatê precisa aprimorar técnicas de chutes, especialidade do taekwondo. Já esse precisa aprender a utilizar os movimentos de soco, a especialidade dos caratecas.