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Diogo Silva

REPORTAGEM

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Neto de Servílio de Oliveira conquista título em cima de campeão mundial

Luiz "Bolinha Oliveira" em torneio no Equador - reprodução/Time Brasil
Luiz "Bolinha Oliveira" em torneio no Equador Imagem: reprodução/Time Brasil

01/04/2022 23h36

O pugilista Luiz Oliveira, de 21 anos, neto do primeiro medalhista olímpico de boxe, Servílio de Oliveira, e filho do treinador de boxe e MMA Ivan de Oliveira, venceu nesta sexta-feira (1º) o Continental das Américas, realizado no Equador.

Na final da categoria até 57 kg, Bolinha, como é conhecido, derrotou o norte-americano Jahmal Harvey, de 19 anos, campeão mundial em 2021.

Lutando com maestria, Bolinha mostrou aquela típica escola cubana de tocar e não ser tocado. Com maior envergadura, teve dificuldades no início para encontrar a distância. O americano era muito rápido na curta distância e manteve a luta enérgica durante os três rounds.

Luiz Oliveira passou toda a luta caminhando para frente o que lhe deu vantagem na decisão dívida dos árbitros ao término do combate.

Por pouco, Bolinha não representou o Brasil nas Olímpiadas de Tóquio. Recém-saído do júnior para o adulto em 2019, depois de conquistar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude em 2018, na Argentina, ele era promessa para as Olimpíadas, mas a pandemia inviabilizou sua classificação.

Com a paralisação dos eventos internacionais, Bolinha não conseguiu pontuar no ranking mundial. Quando as competições voltaram, a IBA, organização mundial de boxe que cuida das modalidades olímpicas, decidiu, poucas semanas antes do pré-olímpico continental para o qual Bolinha estava classificado, que os atletas melhores ranqueados iriam para Tóquio. Fora de Tóquio, Luiz Oliveira passou a se preparar para Paris 2024.

Em fevereiro de 2022, a seleção de boxe fez uma temporada de treinamento de 14 dias na Hungria e depois competiu no 66º Bocskai István Memorial, torneio internacional realizado na cidade húngara de Debrecen, que serviu de base de preparação para o continental.

Com a vitória de Bolinha no Continental, a seleção brasileira conquistou sete medalhas de ouro. Abner Teixeira ficou com o título no peso-pesado; Wanderson de Oliveira, na categoria até 63 kg; e Keno Marley, foi o melhor entre os atletas de até 81 kg. Entre as mulheres, Beatriz Ferreira venceu a categoria até 60 kg, Beatriz Soares, até 69 kg, e Bárbara Santos até 70 kg. A seleção ainda conquistou duas medalhas de prata com Rebeca Lima (63kg) e Isaías Filho (80kg) e três de bronze, com Viviane Pereira (75kg), Jhonatan Conceição (70kg) e Ramón Souza (54kg).

O resultado do Brasil mostra a força coletiva da seleção brasileira de boxe, treinada por Matheus Alves, considerado o melhor técnico do país por dois anos consecutivos, no Prêmio Brasil Olímpico.

O time de boxe, que esteve em Tóquio e viu Hebert Conceição ser campeão olímpico e Bia Ferreira conquistar prata, se mantém em treinamento intenso para bater o recorde de duas medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris.

Após Tóquio, Keno Marley foi vice-campeão do mundo em novembro de 2021. O mundial feminino foi adiado para 2022 e será realizado em maio, na Turquia.