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Verstappen nocauteia Hamilton na Áustria
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Foi um nocaute. E foi nos primeiros segundos.
Largando da pole position, Verstappen sabia que a grande chance de Hamilton seria na largada. Tratou de eliminar os riscos. Pisou fundo quando as luzes apagaram, bloqueou o inglês, contornou a primeira curva na frente. E partiu para a vitória.
Impotente, com um carro que hoje não é páreo para as Red Bulls, Hamilton não o ameaçou mais em nenhum momento. Passou 71 voltas como um boxeador cambaleante no ringue, aguardando ansiosamente pelo fim daquela tortura, ansiando o gongo final.
Verstappen cruzou a linha de chegada com 35s7 de vantagem sobre Hamilton. Tem, agora, 156 pontos no Mundial de Pilotos, contra 138 do rival. No Mundial de Construtores, a Red Bull já abriu 40 pontos sobre a Mercedes: 252 a 212.
Foi a 14ª vitória do holandês na F-1, a quarta em oito corridas no ano, a terceira no circuito austríaco de propriedade da sua equipe.
O GP da Estíria, em Zeltweg, que marcou o fim do primeiro terço do campeonato, foi a corrida mais chata da temporada até agora. O que é simbólico.
O campeonato começou indicando algum equilíbrio, com vitórias de Hamilton no Bahrein e de Verstappen em Imola. Veio então uma série de duas vitórias seguidas do inglês, um revival das últimas temporadas. A partir de Mônaco, porém, o jogo realmente começou a virar.
De lá pra cá, são quatro vitórias da Red Bull, contra nenhuma da Mercedes. É a pior fase vivida pela equipe alemã desde que iniciou sua avalanche de títulos, em 2014. A F-1 definitivamente está diferente, os ventos mudaram.
Em Zeltweg, coisa parecida. A direção do vento mudou durante a noite e a esperada chuva não veio. A corrida aconteceu com pista seca.
Na largada, além do golpe de Verstappen, Pérez passou Norris, mas logo levou o troco.
Mais pra trás, alguma confusão. Gasly e Leclerc se tocaram. O francês caiu pro fundo do pelotão e acertou Giovinazzi.
Com cara pro vento, o holandês começou seu passeio. Volta a volta passou a abrir vantagem para Hamilton, que por sua vez não era incomodado por Norris.
Na décima volta, o top 10 tinha Verstappen, com 2s8 sobre Hamilton, Norris, Pérez, Bottas, Stroll, Alonso, Russell, Tsunoda e Sainz.
Poupando seus pneus macios, pensando na estratégia para a corrida, Norris levantou o pé e perdeu posições para Pérez e Bottas.
Na 19ª volta, como se tivessem combinado, tanto Verstappen quanto Hamilton passaram a reclamar do desempenho dos pneus pelo rádio.
Na 20ª, a diferença entre os dois atingiu 4s5. Era uma corrida à parte. Pérez estava a 13s do inglês, seguido por Bottas e Norris. Dali pra trás, no top 10, tudo igual: Stroll, Alonso, Russell e Tsunoda.
Hamilton já viveu dias melhores. Na 26ª volta ele precisou todas as forças para segurar o carro na pista após uma rabeada do carro. (Mercedes, quem te viu, quem te vê...)
A janela de pits começou na 26ª volta. Russell abriu os trabalhos e viu suas chances de pontos irem pro espaço: a equipe perdeu tempo tirando detritos da lateral do carro e, de quebra, ele passou a enfrentar problemas de potência. Abandonou 14 voltas depois, adiando o sonho dos primeiros pontos na temporada.
Pérez fez seu pit na sequência, a Red Bull trabalhou mal e ele perdeu posição para Bottas, que entrou na volta seguinte.
Na 29ª, Hamilton parou. Pneus duros e pit muito bom, em 2s2. A Red Bull não bobeou o chamou o holandês na volta seguinte. Mesmos compostos, pit em 2s. Posições mantidas na ponta do GP da Estíria.
Basicamente foi isso. Não houve variações estratégicas entre os rivais pelo título, não houve aproximação na pista, não houve quase nada, pra dizer a verdade.
Só houve alguma diversão no pelotão intermediário do GP, com as duas Ferraris pontuando, Stroll num ótimo oitavo lugar, Alonso em nono e Tsunoda respirando alguma redenção, em décimo.
E houve Hamilton parando na penúltima volta para colocar pneus novos e cravar a melhor volta da corrida. Um prêmio de consolação.
"Foi uma corrida solitária para mim. A velocidade que eles tinham... Está impossível competir com eles no momento", disse o inglês, medindo cuidadosamente cada palavra, no fim do GP.
Estava abalado. Não deve ser animador olhar pra frente e ver que a próxima etapa será já no próximo domingo, contra os mesmos adversários e no mesmíssimo circuito.
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