FIA esclarece polêmica sobre pneus e formato de "minicorridas"

Lembra dos pneus estourados no Azerbaijão e da investigação pouco conclusiva da Pirelli sobre as causas dos acidentes com Stroll e Verstappen?

Pois bem. O relatório final da última reunião do Conselho Mundial da FIA, que aconteceu na quinta-feira, finalmente joga luz sobre o caso. E mostra bem como as coisas ainda funcionam na F-1.

Lá pelo meio do relatório, em duas linhas sucintas, a FIA informa: "O Conselho Mundial aprovou a introdução de uma nova construção de pneus traseiros para o restante da temporada 2021".

São pneus com uma nova estrutura, testados nos treinos livres para o GP da Áustria, na sexta-feira passada.

A cronologia dos fatos é importante.

O GP do Azerbaijão aconteceu em 6 de junho. No dia 15, a Pirelli divulgou um relatório vago, que mais gerou dúvidas do que esclarecimentos. Oficialmente, informou que "não houve defeito de produção ou qualidade em nenhum dos pneus, assim como não havia sinais de fadiga e delaminação."

Em outras palavras, não foi culpa de ninguém.

No dia 25, a fabricante anunciou que testaria um novo modelo de construção dos pneus traseiros na Áustria, com o objetivo de aumentar a robustez dos compostos. Agora, a FIA indica, de forma discreta, que os pneus estarão à disposição a partir do GP da Inglaterra.

Ou seja, havia algo errado. Segurança é assunto dos mais sensíveis, e entendo que Pirelli e FIA pisem em ovos para tratar do que aconteceu no Azerbaijão. Mas ficou feio. Desde o começo estava claro que algo não fechava nas explicações. Teria sido melhor ir direto ao ponto.

Além da decisão sobre os pneus, o Conselho Mundial ratificou as regras para a "corrida de classificação", formato que será testado pela primeira vez também em Silverstone, no sábado.

A prova terá extensão de 100 km, ou seja, o menor número de voltas que exceda 100 km. Em Silverstone, serão 17 voltas _o GP, no domingo, terá 52. Em Monza serão 18 voltas no sábado e 53 no domingo. E, se o GP de São Paulo acontecer, a "minicorrida" de sábado terá 24 voltas _no domingo, serão 71.

Importante: haverá limite de 1 hora de ação na pista. Se esse tempo estourar, a prova será encerrada na volta seguinte. Se houver bandeira vermelha e a prova for suspensa, o limite de tempo sobe para 1h30.

Além da pole position para o GP do dia seguinte, o vencedor receberá 3 pontos no Mundial. O segundo colocado, 2. E o terceiro levará 1 ponto. A prova, é bom lembrar, vai definir o grid da corrida principal.

Nessas três etapas que servirão de laboratório para a novidade, cada piloto terá à disposição 2 jogos de pneus duros, 4 de médios e 6 de macios. Haverá liberdade de escolha de pneus para a largada da corrida de domingo.

E se o post começou com uma crítica, termina com um elogio. Pode até não funcionar. Mas é muito bom ver a FIA desapegando de velhos hábitos e se abrindo para experimentações.

Certamente muita gente que não liga muito para F-1 vai parar na frente da TV por alguns instantes no sábado que vem. E esse pode ser um ótimo começo para atrair novos fãs para a categoria.