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Ação inédita da F-1 tem até foto vazada com ar futurista
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Na busca por seduzir novos torcedores e por reter a geração "Drive To Survive", que chegou nos últimos anos, a F-1 preparou uma ação inédita antes do GP da Inglaterra.
Pela primeira vez em seus 71 anos, a categoria promoverá um grande evento para lançar seu carro para as próximas temporadas.
Batizada com um título pretensioso, "F1 Begins", ou "F-1 Começa", a cerimônia será transmitida a partir das 11h (de Brasília) pelo site oficial da categoria e por seus canais no YouTube e no Facebook.
O ponto alto será a revelação de um carro em tamanho real incorporando os conceitos do novo regulamento técnico, que passa a vigorar no ano que vem.
Para atiçar o público, a F-1 já vazou ontem duas fotos em suas redes sociais. Mas o mistério permanece. São imagens escuras, em que é possível apenas inferir alguns contornos do carro.
A principal conclusão é que o aerofólio será bem menor que o atual, semelhante aos dos carros da Fórmula E ou da configuração da Indy para ovais.
Essa é, aliás, uma tendência no automobilismo em geral. Hoje, o chassi e o assoalho se encarregam de "grudar" o carro no chão, função primordial dos aerofólios. Com isso, em alguns casos a asa traseira passa até a ser um estorvo, uma barreira à passagem do ar. Daí, por exemplo, o novo carro da Peugeot para Le Mans, lançado na semana passada, não ter aerofólio traseiro.
"A F-1 vai começar um empolgante novo capítulo em 2022, quando o atual regulamento será deixado de lado, dando lugar a um novo conjunto de regras criadas para produzir corridas ainda mais espetaculares", diz o texto-convite da F-1 para o evento.
Sei que corro o risco de soar repetitivo, mas realmente estamos vivendo um momento histórico de virada: é mais uma evidência escancarada da nova gestão da F-1, uma aula de como os americanos veem e conduzem o esporte. A ideia de "espetáculo" está sempre no fundo de todas as decisões.
A diferença com o modus operandi dos últimos 40 anos, da F-1 sob o comando de Ecclestone, é gritante.
O carro-conceito que será mostrado na quinta chega com um ano de atraso. Inicialmente, o plano era que o novo pacote de regras fosse implementado em 2021, mas a pandemia adiou tudo. O grande artífice da "nova F-1" é Ross Brawn, engenheiro, parceiro de Schumacher na Benetton e na Ferrari e hoje diretor técnico da categoria, contratado pela Liberty.
Em linhas gerais, o objetivo do regulamento é tornar as corridas mais excitantes, proporcionando mais equilíbrio e mais ultrapassagens. Os carros atuais geram muita turbulência, tirando a estabilidade de quem vem atrás e tenta uma ultrapassagem. Por isso, grande parte do trabalho de Brawn se concentrou na aerodinâmica.
Em 2022, os carros terão menos pressão aerodinâmica, menos asinhas por todo lado e, como já vimos na foto vazada, o aerofólio traseiro é a primeira materialização disso.
Outras mudanças visíveis serão a adoção de roda de 18 polegadas, com objetivo puramente estético de deixar os carros "mais radicais", como a Liberty já revelou. Os braços de suspensão também serão mais simples, com o banimento de quaisquer sistemas hidráulicos.
Em princípio, os carros devem ficar mais lentos, já que a adoção de novos materiais para os motores _que ficarão mais baratos_ os deixarão 25kg mais pesados. Nada que os engenheiros das equipes não consigam resolver. A FIA estima que a velocidade será recuperada em questão de poucos anos.
Até lá, o Mundial já deverá ter se tornado aquilo que os americanos da Liberty buscam. Um espetáculo muito mais próximo da NBA e na NFL do que aquilo que se viu na F-1 até agora.
Não é coincidência que a revelação do novo carro aconteça em Silverstone, onde a F-1 nasceu, há 71 anos. Tudo é minuciosamente planejado. Para a Liberty, há pouco mais de quatro anos no comando da categoria, a F-1 realmente começa agora.
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