O que se sabe sobre o filme de Schumacher

"Será emocionante."

Como tudo o que envolve Michael Schumacher nos últimos sete anos, a frase de seu filho, Mick, é lacônica e carrega um quê de mistério. A diferença é que, neste caso, há também um tanto de alegria, um ar de celebração.

O garoto de 22 anos, piloto da Haas, deu essa resposta a um site espanhol, questionado sobre "Schumacher", o documentário que terá estreia mundial em 15 de setembro, pela Netflix.

Apesar de faltar tão pouco tempo para o lançamento, pouco se sabe sobre o filme. Ainda não há trailer oficial, por exemplo, apenas "versões livres" feitas por fãs e que circulam na internet.

Mas numa entrevista ali, outra aqui, algumas informações surgem. E, enquanto a Netflix não inicia o trabalho de divulgação, a imaginação de cada um pode viajar com os elementos à disposição...

A Netflix apenas comprou os direitos de "Schumacher", com lançamento inicialmente planejado para dezembro de 2019, mas que sofreu seguidos atrasos por causa da pandemia. A produção foi da B|14 Film, da Alemanha. Os roteiristas, diretores e produtores são Hanns-Bruno Kammertöns, Vanessa Nöcker e Michael Wech.

Não é a primeira vez que os três documentam a trajetória de um esportista alemão de sucesso. Em 2017, lançaram "Boris Becker, o Jogador".

Nenhum deles, porém, se limita aos esportes. Antes disso, Kammertöns dirigiu dois filmes sobre músicos alemães. Nöcker lançou, no ano passado, produções sobre artes e ciências. E o trabalho mais recente de Welch foi um doc sobre Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria.

Trechos do filme sobre o ex-tenista estão abaixo e podem dar algumas dicas sobre a linha de narrativa do trio: cenas da infância do biografado, trilha sonora emotiva, imagens de bastidores, a proposta de uma reflexão sobre a vida até aquele momento.

A produção sobre o heptacampeão da F-1 tem apoio da família Schumacher, extremamente reservada sobre seu estado de saúde desde o acidente de esqui que ele sofreu nos Alpes franceses, em dezembro de 2013.

Nesses anos todos, foram poucas notas oficiais, nenhuma exatamente reveladora sobre sua atual situação.

Será, então, um filme chapa-branca?

Única dos cineastas a falar sobre o filme recentemente, Nöcker diz que não. "O maior desafio para os diretores foi encontrar o equilíbrio entre a reportagem independente e o respeito à família", afirmou ao jornal alemão "Express".

Sabe-se ainda que o filme vai trazer cenas de Schumacher começando no kart, imagens ainda inéditas do seu dia a dia e depoimentos de vários personagens importantes na sua carreira.

Texto do site oficial da Fórmula-1 publicado há duas semanas promete que o material mostrará "as muitas facetas de sua personalidade cheia de camadas".

Entre os entrevistados confirmados estão Jean Todt (presidente da FIA e seu ex-chefe na Ferrari), Bernie Ecclestone (homem-forte da F-1 nas últimas décadas), Flavio Briatore (ex-dirigente da Benetton) e os ex-pilotos Mika Hakkinen, Damon Hill e David Coulthard.

Ainda há depoimentos de familiares, como a mulher, Corinna, o pai, Rolf, que era zelador do kartódromo em que o piloto deu suas primeiras aceleradas, e o irmão, Ralf, piloto de F-1 por 11 temporadas. Os filhos Gina e Mick também falam, assim como uma jornalista que se tornou parte do clã: Sabine Kehm, assessora de imprensa, porta-voz da família e autora de dois livros sobre o ídolo.

Mas ainda permanecem alguns mistérios, todos relacionados ao atual estado do ex-piloto.

O filme vai mostrar imagens do alemão desde o acidente? Haverá alguma cena nova dele? Alguma frase recente do heptacampeão, que seja?

Pela maneira como a família vem agindo nos últimos anos, eu duvido.

Em pouco mais de um mês, teremos as respostas.