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Doria ainda precisa combinar com os ingleses
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A vacinação em São Paulo é das mais eficientes do país, o governo estadual está empenhado na luta contra a covid, todos queremos voltar à vida pré-pandemia... Mas faltou um detalhe no anúncio feito por João Doria, de que Interlagos terá 100% da capacidade em sua etapa da F-1.
É preciso combinar com os ingleses.
O Brasil ainda integra a lista vermelha de países para viajantes da Inglaterra. Qualquer morador do Reino Unido que hoje viaja para cá precisa cumprir uma rigorosa quarentena no retorno para casa: 10 dias em hotéis especialmente preparados para garantir o isolamento.
Quem desrespeitar a regra fica sujeito a multa de 10 mil libras esterlinas, cerca de R$ 70 mil, e pode até ser preso.
A questão é que 7 das 10 equipes da F-1 têm suas bases na Inglaterra.
Hoje, a etapa brasileira está marcada para 7 de novembro. A categoria prevê mais uma corrida no mesmo mês, substituindo o cancelado GP da Austrália, para então fechar o calendário em dezembro, com duas provas no Oriente Médio.
É difícil imaginar toda a comunidade britânica da F-1 _mecânicos, engenheiros, dirigentes, executivos, pilotos_ trancafiada em hotéis por 10 dias, num momento agudo do campeonato, para só depois disso regressar para suas casas, escritórios e fábricas.
Na entrevista coletiva, Doria disse ainda que pediu para que a data da prova fosse adiada em uma semana. Não é bem assim. A possibilidade, na verdade, foi sugerida pela própria F-1.
Um dos planos estudados pela categoria é realizar duas corridas nos EUA, para preencher o vazio deixado pela Austrália. Hoje, a etapa norte-americana está marcada para 24 de outubro. Há, ainda, o GP do México marcado para 31 de outubro.
Ou seja: uma segunda prova em Austin empurraria todo o calendário em uma semana. Interlagos teria que ir para 14 de novembro.
Outro plano que vem sendo estudado pela F-1 é usar a data para promover mais uma prova no Oriente Médio, no Catar. Em termos de logística, faria todo sentido. Concentrar as últimas provas numa mesma parte do mundo é tudo o que as equipes querem ao final da temporada mais longa da história.
Há, ainda, um fundo político nessa ideia. O QIA, fundo soberano do Qatar, é o segundo maior proprietário de ações da Volkswagen, grupo que os dirigentes da F-1 vêm cotejando e que esperam ver no Mundial a partir de 2023, possivelmente com a marca Audi.
Neste caso, seria melhor para a F-1 manter Interlagos no dia 7 de novembro.
A verdade é que a decisão sobre o GP Brasil não está nas mãos de Doria e, em última análise, nem mesmo da F-1. Quem vai resolver é o governo britânico.
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