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Fábio Seixas

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Motor pode transformar Ferrari em coringa no duelo da F-1

O italiano Mattia Binotto chefe da Ferrari, atualmente terceira colocada no Mundial de Construtores - Eric Alonso/MB Media/Getty Images
O italiano Mattia Binotto chefe da Ferrari, atualmente terceira colocada no Mundial de Construtores Imagem: Eric Alonso/MB Media/Getty Images

Colunista do UOL

25/08/2021 12h47

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Os olhares em Spa estarão voltados para Mercedes e Red Bull, para Hamilton e Verstappen, para as nuvens carregadas sobre a floresta das Ardenas _há boas chances de GP com chuva.

Mas vale dar uma olhadinha também para quem trabalhou duro durante as férias e pode se transformar em pivô na luta pelo título: a Ferrari.

A escuderia italiana levará para a Bélgica uma unidade de potência praticamente nova, e o chefe da equipe, Mattia Binotto, vem falando com otimismo sobre essa evolução.

"É um progresso. As regras permitem que você faça um upgrade por ano de todos os componentes. Optamos por fazer tudo de uma vez só, agora", disse o italiano. "Até a Hungria estávamos correndo com muita coisa do ano passado. Este vai ser um passo significativo, assim como um primeiro teste para 2022."

Se as expectativas de Binotto forem alcançadas, Mercedes e Red Bull terão que começar a considerar as Ferraris em meio às suas disputas. E será uma má notícia para a McLaren.

Após 11 GPs, Ferrari e McLaren estão empatadas no Mundial de Construtores, com 163 pontos. No Mundial de Pilotos, Norris, da McLaren, é o terceiro colocado, com 113 pontos.

Mas, além das novidades no motor, a escuderia italiana tem a seu favor uma dupla mais equilibrada. Sainz é o sexto, com 83. Leclerc vem a seguir, com 80. Já Ricciardo é apenas o nono colocado, com 50 pontos _ou 45% do que o companheiro conseguiu até agora.

Ambas as equipes somam três pódios na temporada. Mas neste ponto, mais uma vez, o desequilíbrio é evidente.

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Leclerc e Sainz, dupla da Ferrari nesta temporada
Imagem: Dan Istitene - Formula 1 via Getty Images

Norris conquistou todos os da McLaren (foi terceiro colocado em Imola, Mônaco e Spilberg). Na Ferrari, foram dois pódios de Sainz (segundo em Mônaco e terceiro em Budapeste) e um de Leclerc (segundo em Silverstone). A melhor posição de Ricciardo foi o quinto lugar em Silverstone.

Há ainda em Maranello uma certa amargura e a vontade de superar logo o que aconteceu na Hungria. Leclerc foi um dos atingidos pelo strike promovido por Bottas na largada, Sainz não conseguiu segurar Hamilton nas voltas finais. E, assim, a escuderia precisou assistir à Alpine como primeira vencedora fora do eixo Mercedes-Red Bull nesta temporada.

Com suas longas retas e curvas velozes, Spa é um cenário perfeito para estrear novos componentes do motor. Ainda mais porque a Red Bull terá de tomar cuidado com as unidades de potência de Verstappen e Pérez, que estão chegando ao fim da vida útil.

No divertido jogo que se tornou o Mundial de 2021, a Ferrari pode ser a carta que faltava para tornar tudo ainda mais imprevisível: o coringa.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL