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Novo vídeo não deixa dúvidas: halo salvou Hamilton
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Quando o automobilismo começou a estudar meios de aumentar a proteção à cabeça dos pilotos, o sentimento geral foi de estranhamento. Houve revolta até.
Passamos décadas, afinal, acostumados a ver os capacetes rasgando retas, contornando curvas, identificando nossos heróis. Em um esporte que nos priva da expressão dos pilotos em momentos de glória, de raiva, de alegria, de decepção, parecia demais perder também aquele mínimo contato com os protagonistas do show.
A ideia era antiga. Mas, assim caminha a humanidade, precisou de duas tragédias para ganhar corpo: as mortes de Jules Bianchi e Justin Wilson, em 2015, após acidentes na F-1 e na Indy.
Os estudos começaram no ano seguinte, e algumas trapizongas foram testadas. Em 2018, enfim, a F-1 estreou o halo. Dois anos depois, foi a vez de a Indy apresentar sua solução, o "aeroscreen". Em comum, são estruturas de titânio, ultraresistentes, e que foram muito xingadas pelos puristas do automobilismo quando estrearam.
(E faço um mea-culpa, porque em algum momento também critiquei o halo.)
Fato é que foram necessárias outras quase tragédias para que o esporte a motor se convencesse a aceitar o "patinho feio". Novamente vale a triste constatação: é assim que caminha a humanidade.
Leclerc, Grosjean (duas vezes), Sainz, Bottas e, agora, Hamilton foram salvos pelo halo. Hunter-Reay, Ericsson e Power saíram ilesos de graves acidentes graças ao aeroscreen.
"Eu nunca antes tinha sido atingido na cabeça por um carro. É um choque ver aquelas imagens, com minha cabeça indo pra frente. O halo segurou o carro dele, mas a parte interna do pneu acertou meu capacete. Provavelmente terei que ver um especialista nos próximos dias para checar se está tudo realmente bem para a próxima corrida", disse o heptacampeão mundial.
No domingo, a expressão "halo formula 1" esteve entre as mais buscadas do Google em todo o mundo. Muitas vezes, foi associada aos termos "segurança" e "salva vidas".
Na segunda-feira, foi tema de reportagem no site da revista "Autosport", a principal publicação de automobilismo do mundo. Entre outros pontos, a reportagem lembrou que o halo é um dos raros itens-padrão fornecidos pela FIA para todas as equipes.
Cada time tem liberdade para fazer a "carcaça" do equipamento como quiser, buscando ganhos aerodinâmicos. Mas o recheio é sempre o mesmo: estruturas de titânio com 7 kg e que aguentam impactos verticais de 116kN, o equivalente a 12.000 kg.
É o equivalente a três elefantes indianos, ressalta a revista.
Enfim, nesta terça, se alguém ainda tinha dúvidas, a F-1 publicou um vídeo impactante em suas redes sociais, mostrando o acidente entre Verstappen e Hamilton a partir de uma câmera 360°.
Repito aqui o que escrevi nas Pílulas do Dia Seguinte do GP da Itália: halo, nunca vi nada mais bonito num carro de corrida.
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