Mercedes faz dobradinha e destrói "já ganhou" da Red Bull

Nos EUA, o favoritismo era da Mercedes. Deu Red Bull. No México, a Red Bull era considerada franca favorita. Até agora, deu Mercedes.

A equipe alemã surpreendeu a F-1 e seus próprios pilotos, protagonizou mais uma reviravolta neste Mundial que se desenha histórico e conquistou a primeira fila para a 18ª etapa do campeonato.

Bottas sai na frente no México, sua 19ª pole na carreira, a terceira na temporada. Hamilton sai em segundo lugar. A Red Bull teve de amargar a segunda fila, com Verstappen em terceiro, seguido por Pérez.

"Amargar" parece ser um verbo apropriado. Estava estampado no rosto de Verstappen após a classificação. Pudera. Durante toda a semana, sua equipe falou grosso sobre suas chances de vitória não só no México, como no Brasil. Havia até um clima de "já ganhou" no ar.

Até o início da classificação, tudo parecia seguir o roteiro desenhado pela equipe austríaca.

Na sexta-feira, Verstappen foi o mais rápido. E neste sábado, no terceiro treino livre, Pérez ficou na ponta, seguido pelo holandês. Hamilton foi o terceiro, a distante 0s651 do tempo do mexicano.

Mas tudo isso desmoronou...

"O balanço do carro não estava bom", justificou Verstappen, desolado. "Estou tão chocado como todos por aqui", admitiu Hamilton.

A classificação começou com céu azul e temperatura amena: 21°C no ar, 48°C no asfalto.

Não deu pra aquecer muito. Com menos de 10 minutos, a sessão já foi paralisada: Stroll perdeu a traseira na última curva, foi pro muro, bateu forte, parou a centímetros da linha de chegada. Bandeira vermelha, muito trabalho dos fiscais para retirar os restos de carro e, principalmente, para arrumar as barreiras de proteção.

Foram 25 minutos de interrupção até a luz verde na saída dos boxes. Verstappen logo cravou 1min16s788 e sossegou. Foi superado por Bottas e por Leclerc nos instantes finais, é verdade, mas nada que tirasse sua confiança. Gasly foi o quarto, seguido por Pérez.

Os cortados foram Alonso, Latifi, Schumacher, Mazepin e, claro, Stroll.

Veio o Q2, e mais uma vez deu Mercedes. O roteiro foi parecido ao do Q1: Verstappen logo emplacou uma voltaça, sossegou e no finalzinho foi superado.

Hamilton fez 1min16s474, 0s009 mais veloz do que o rival. Tsunoda (!!??) foi o terceiro, seguido por Bottas e Gasly. Fechando o top 10, Leclerc, Pérez, Ricciardo, Sainz e Norris.

Foram eliminados Vettel, Raikkonen, Russell, Giovinazzi e Ocon.

Chegou então a hora de decisão, o momento da verdade, o tal Q3.

Na primeira sequência de voltas, deu Mercedes mais uma vez. Bottas fez 1min15s875, 0s145 melhor do que Hamilton. Verstappen estava em terceiro, com Pérez logo atrás.

Quando toda a F-1 esperava o bote final da Red Bull, nada aconteceu.

Pérez escapou da pista na sua tentativa, Verstappen não encaixou uma boa volta, ninguém da ponta melhorou em relação à primeira saída.

Gasly, Sainz, Ricciardo, Leclerc, Tsunoda e Norris completaram o top 10. Mas os dois últimos, assim como Ocon e Stroll, saem do fundo do grid por terem trocado as unidades de potência neste fim de semana.

"O carro estava muito bom e eu consegui uma boa volta logo na primeira tentativa", disse Bottas.

Questionado por Button, o entrevistador oficial do GP, sobre a primeira curva do autódromo Hermano Rodriguez, o finlandês lembrou sobre a possibilidade de o piloto de trás pegar vácuo. "É sempre uma boa oportunidade", disse.

São 811 metros entre a largada e a primeira curva. Hamilton está em segundo.

Os rivais na cola. E, desta vez, com orgulho ferido.