Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Entenda as investigações sobre Hamilton e Verstappen
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Quando todo mundo achava que a sexta-feira havia acabado, Interlagos fez valer sua sina de circuito em que coisas estranhas acontecem...
Primeiro veio a notícia da investigação sobre Hamilton. Às 18h45, a FIA divulgou um comunicado técnico informando uma suspeita de infração na asa móvel do carro #44.
"Foram checadas as posições dos elementos ajustáveis no carro 44, em observância ao artigo 3.6.3 do Regulamento Técnico da F-1. A exigência de distância mínima foi cumprida. No entanto, a exigência de distância máxima, quando o DRS é acionado e testado, não foi verificada", informou a nota assinada por Jo Bauer, delegado técnico da F-1.
Este item do regulamento estipula que o vão entre as lâminas da asa traseira deve ser de, no máximo, 85mm. Um espaço maior significaria vantagem competitiva, já que o carro teria menor arrasto aerodinâmico que seus concorrentes em disputas de posição.
Até aí, tudo normal, nada que já não tenhamos visto. Não havia muito o que discutir, qualquer instrumento de precisão resolveria a pendenga. A tendência era Hamilton ser punido.
Mas as horas foram passando e nenhuma decisão era anunciada. Começou a ficar estranho. Julgamentos assim são rápidos.
Só às 22h20 veio o esclarecimento. E o caso ganhou novos rumos...
Trata-se de Interlagos, não esqueçam. Um vídeo feito por um torcedor, Frederico Monteiro, ganhou as redes sociais e transformou a história.
O vídeo mostra Verstappen tocando a asa traseira do carro de Hamilton após a sessão classificatória. E aí é que mora o busílis.
Sim, já cansamos de ver pilotos analisando carros de concorrentes após treinos e corridas. Já teve gente ajoelhando para olhar o assoalho, já teve piloto enfiando a cara no cockpit. Zero problema: olhar, pode. Mas não pode tocar. Porque isso é uma infração de outra regra.
O artigo 2.5.1 do Código Esportivo Internacional do automobilismo estipula que: "Em regime de parque fechado, nenhuma operação, checagem, ajuste ou reparo é autorizado sem autorização expressa dos comissários". Em suma, carros que estão em parque fechado não podem ser tocados por ninguém sem o aval da FIA.
Verstappen mudou algo no carro? Não, impossível. Nas redes, já quem acuse o holandês de alterar a tal distância ou entortar a asa. Só se ele fosse o Hulk _o verde, não o do Galo. Estamos falando de estruturas que seguram um carro na reta a mais de 320 km/h. Não é um peteleco que muda isso.
Mas a Mercedes usou isso em seu favor. Alegou que Verstappen "contaminou" o parque fechado e que também precisa ser punido. Por isso, no fim da noite de sexta, a FIA anunciou que a decisão só será tomada neste sábado, depois de ouvir o holandês.
A audiência do holandês aconteceu às 9h30. Menos de 15 minutos depois ele já estava de volta ao escritório da Red Bull em Interlagos. No paddock, seus chefes tomavam café e aparentavam tranquilidade. A novidade é que Hamilton também será ouvido, às 10h30.
O que acho que vai acontecer? Hamilton será punido e Verstappen levará um puxão de orelha, talvez uma multa. Mas o rito tem de ser cumprido, todas as partes têm de ser ouvidas.
E, assim, Interlagos ganha mais um causo fantástico para seu já vasto almanaque.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.