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Hamilton e Verstappen se reencontram no grid do Qatar
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Uma semana depois de dividirem a Curva do Sol em Interlagos, Hamilton e Verstappen voltarão a ficar lado a lado a 12.000 km dali.
Os rivais pelo título dividem a primeira fila para o GP do Qatar, 20ª e antepenúltima etapa do Mundial. A pole position é de Hamilton, a quarta na temporada e a 102ª da carreira. Verstappen sai em segundo.
O holandês terá uma missão clara na largada: passar à frente do rival. A Mercedes está sobrando em Losail, muito mais veloz. Caso não consiga se impor, corre o risco de não encontrar mais o rival até a bandeirada.
"Vamos pensar na largada e depois ver o que acontece. Estava faltando um pouco de ritmo. Tem sido difícil para nós. Estamos sofrendo, mas tem muita coisa para ser feita até amanhã", afirmou o holandês. "Nunca fizemos uma corrida aqui, é muita coisa nova para a gente."
Hamilton, como de praxe, agradeceu a equipe. E revelou que não estava muito bem nos últimos dias. "Sofri com uma dor no estômago desde quarta-feira, mas hoje estou bem. Foi uma volta muito bonita, sem trânsito. Esta pista é maravilhosa para pilotagem."
Um ponto importante, que deixa ainda mais evidente a superioridade da equipe alemã em Losail: o inglês ainda não usou o motor novo que estreou em Interlagos. Imaginem na corrida...
Bottas, seu companheiro de equipe, sai em terceiro. E poderia ter tomado a posição de Verstappen não fosse uma bandeira amarela na última volta do Q3.
A definição do grid foi a confirmação de um domínio que já se insinuava nos treinos. Das três sessões livres em Losail, Verstappen foi o mais rápido na primeira, mas levou um banho da Mercedes nas outras duas.
A classificação aconteceu já na noite do Qatar e, até por isso, com temperaturas bem mais amenas do que no Brasil, por exemplo: 26°C no ar, 29°C no asfalto.
No Q1, Verstappen até ensaiou andar na frente, mas foi superado por Hamilton nos últimos instantes. O tempo do inglês, 1min21s901, 0s095 melhor do que o holandês. Bottas, Sainz e Pérez vieram na sequência.
Assim que o holandês voltou para os boxes, uma cena inusitada: mecânicos formaram uma barreira diante do seu carro, para impedir qualquer captação de imagem. É mais um lance da guerra declarada entre Red Bull e Mercedes.
Raikkonen, Latifi, Giovinazzi, Schumacher e Mazepin foram cortados. Fico imaginando a motivação do italiano da Alfa Romeo para essas duas últimas etapas do campeonato...
A superioridade da Mercedes voltou a aparecer no Q2, desta vez com um roteiro diferente: Hamilton já cravou o melhor tempo logo de cara e ficou sossegado: 1min21s682. Gasly foi o segundo, a 0s046, com Alonso em terceiro. Verstappen foi apenas o quarto colocado.
Completando o top 10, Bottas, Ocon, Tsunoda, Vettel, Norris e Sainz.
Ué, mas e o Pérez?
Protagonizou o grande vexame do dia. Num momento tão agudo do campeonato, quando a Red Bull mais precisa dele, o mexicano falhou. Não conseguiu passar para o Q3, mesmo usando pneus macios. Ficou em 11º.
Além dele, foram cortados Stroll, Leclerc, Ricciardo e Russell.
"Não sei o que está acontecendo", disse o monegasco. Ele não foi o único perdido nesta primeira classificação em Losail. As únicas equipes com os dois carros no Q3 foram Mercedes, AlphaTauri e Alpine. Um sábado estranho...
Veio então o Q3. E foi bonito de ver.
Hamilton logo mandou 1min21s262. Verstappen foi pra pista, voou no primeiro trecho, mas perdeu tempo nas duas últimas parciais. Fechou sua volta em segundo lugar, a 0s162 do rival.
O inglês conseguiu melhorar: 1min20s827. O holandês também melhorou, mas não o suficiente: ficou a 0s455.
Sim, ele enfrentou uma bandeira amarela na última volta, resultado de um pneu rasgado de Gasly, mas hoje não teria jeito. Na verdade, ele pode até ter saído no lucro: Bottas vinha muito rápido, com chances de emplacar uma dobradinha da Mercedes no grid.
Diante desse cenário, não restará outra alternativa a Verstappen a não ser atacar o rival já nos primeiros metros, já na primeira curva. O Qatar tem tudo para encenar mais um capítulo importante dessa rivalidade que só faz crescer.
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