Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Na estreia, circuito de Jeddah mostra que não pode ser subestimado
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Faltavam menos de 5 minutos para o fim do primeiro dia de treinos da F-1 no novo circuito de Jeddah. Tudo corria bem, o receio por acidentes parecia aplacado, muita gente já respirava aliviada. Foi quando surgiu uma bandeira vermelha, encerrando prematuramente as atividades.
Instantes depois veio a imagem de uma Ferrari arrebentada na curva 23. Era Leclerc, que perdeu a traseira numa tentativa de volta rápida, virou passageiro, destruiu o carro.
No seu primeiro dia, Jeddah ensinou uma dura lição aos pilotos: é um circuito que não pode ser subestimado. É preciso estar concentrado o tempo todo.
Qualquer deslize é muro na certa, não há outra opção por lá.
Isso não é necessariamente ruim. É uma provocação interessante, diferente: um circuito de rua de alta velocidade. Um Mundial que se preze precisa dessa diversidade de desafios.
Até então, o clima na pista saudita era de elogios. Como o de Bottas, que ainda no primeiro treino livre entrou pelo rádio, soltou um palavrão e disse que o traçado é muito legal.
Em situação de treinos é mesmo. Jeddah é muito veloz, há algumas curvas cegas, tem muro pra todo lado. O asfalto está muito bom, a iluminação é impecável, o desafio de encarar aquelas curvas com o pé embaixo por 80% da volta é o tipo de loucura que fascina os pilotos.
O que me preocupa é a corrida. Há alguns trechos mais estreitos e que podem gerar confusão quando os pilotos estiverem lado a lado. Teremos de esperar até domingo...
No cronômetro, como esperado, a Mercedes parece muito forte.
Na primeira sessão, Hamilton cravou 1min29s786, vantagem de 0s056 para Verstappen. Bottas foi o terceiro, seguido por Gasly e Giovinazzi (!!??). Início de trabalho, todos ainda conhecendo a pista, não dá para levar o resultado muito a sério.
O segundo treino, já na noite árabe, foi mais convincente.
Hamilton novamente foi o melhor, mas com os tempos já bem mais baixos. O inglês, que cumpriu a promessa e está usando seu capacete em defesa dos LGBTQIA+, fez 1min29018. Bottas desta vez foi o segundo colocado, a 0s061.
Gasly, que vem andando muito bem neste final de temporada, ficou em terceiro, a 0s081. Verstappen fechou a sexta-feira apenas em quarto lugar, a 0s195 do rival pelo título. Pérez, cada vez mais descolado do companheiro, foi apenas o nono colocado.
Circuitos velozes como Jeddah são um paraíso para a Mercedes. E pelo resto do fim de semana, Hamilton ainda poderá usar o motor a combustão que estreou em Interlagos e que ele deixou guardadinho no Qatar. Começa o fim de semana como favorito.
Mas qualquer prognóstico e esperança é prematuro. Em Jeddah, qualquer sonho pode acabar no muro. A lição de Leclerc não pode ser esquecida.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.