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Fábio Seixas

REPORTAGEM

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F1 espera semana decisiva para Hamilton e Masi

Lewis Hamilton, que não concede entrevistas desde dezembro, é flagrado passeando em Los Angeles, nos EUA - Reprodução
Lewis Hamilton, que não concede entrevistas desde dezembro, é flagrado passeando em Los Angeles, nos EUA Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

29/01/2022 12h57

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Ainda faltam 51 dias para o primeiro GP da temporada, mas a F1 se prepara para uma semana decisiva. O emprego de Michael Masi e o futuro de Lewis Hamilton estarão em jogo no dia 3.

Fato raro, a FIA convocou uma reunião extraordinária do seu Conselho Mundial para quinta-feira. Na véspera, deve ser concluído o relatório preparado por Peter Bayer, secretário-geral de esportes a motor da entidade, sobre as decisões da direção de prova de GP de Abu Dhabi.

Oficialmente, a FIA informa que a conclusão do processo só será anunciada no dia 14, na reunião da Comissão de F1, e referendada em 18 de março, no encontro regular do Conselho. Esta é a data do primeiro dia de treinos para a abertura do Mundial.

Algo não encaixa. Qualquer decisão terá de ser tomada antes disso. Algo vai vazar na próxima quinta, pode esperar.

Ao que tudo indica, a primeira decisão já está tomada. Coube a Bayer investigar minuto a minuto dos incidentes e atitudes tomadas na última etapa do Mundial do ano passado. E foi o próprio Bayer que, em entrevista a um jornal austríaco, na sexta, ligou a frigideira.

"Michael fez um super trabalho em vários sentidos. E dissemos isso para ele. Mas existe a possibilidade de a F1 ter um novo diretor", disse o dirigente ao "Salzburger Nachrichten".

Essa decisão pode ter efeito direto no futuro de Hamilton.

Segundo a imprensa inglesa, o heptacampeão mundial, que ressurgiu ontem em fotos de fãs nas redes sociais circulando por Los Angeles, aguarda a reunião do Conselho Mundial para resolver se disputará a próxima temporada.

Entre as decisões que ele espera ver estão as demissões de Masi, diretor de provas, e de Nikolas Tombazis, diretor técnico da FIA para campeonatos de monopostos.

Os cortes fariam parte de um acordo entre Mercedes e Jean Todt, então presidente da entidade, costurado no mês passado. Em troca das duas cabeças, a equipe teria retirado a intenção de recorrer do resultado de Abu Dhabi. Agora, é a vez de a FIA fazer a sua parte.

Outro anúncio esperado após a reunião de quinta-feira é o de uma grande reestruturação na cadeia de tomadas de decisão na F1. É consenso nos bastidores da FIA que Masi ou um eventual substituto não terá mais superpoderes num fim de semana de GP.

Finalmente caiu a ficha: não existe outro Charlie Whiting.

Chefe dos mecânicos da Brabham, nos anos 70 e 80, e homem de confiança de Bernie Ecclestone, o inglês assumiu o posto de delegado técnico da FIA em 1988 e tornou-se diretor de provas a partir de 1997. Virou um dos homens mais importantes do esporte. Mandava e desmandava, tinha história e autoridade, era respeitado por todas as equipes.

Era o homem perfeito no cargo certo.

Mas Whiting morreu de repente, três dias antes do GP da Austrália de 2019, vítima de uma embolia pulmonar. A FIA não havia preparado um substituto. Masi, que era o vice-diretor, fi então alçado ao cargo. Conseguiu se segurar bem nos três primeiros anos. Mas em 2021, na temporada mais disputada de todos os tempos, acumulou decisões incoerentes.

A nova estrutura a ser proposta na quinta-feira deve blindar o diretor de prova, impedindo que ele seja interpelado por chefes de equipe durante os GPs. A FIA também deve revisar o papel dos comissários, que hoje têm o poder de punir pilotos sem passar pelo diretor de provas.

Além da situação de Masi, a FIA deve aproveitar para discutir as "sprint races", ou corridas de classificação. As equipes alegam ser inviável fazer as seis minicorridas programadas pela entidade sem uma compensação financeira.

Para 2022, a ideia é levar o novo formato de classificação para o Bahrein (abertura do Mundial, em 20 de março), Imola (24 de abril), Canadá (19 de junho), Áustria (10 de julho), Holanda (4 de setembro) e, novamente, para o Brasil (13 de novembro).

O probleminha é que essa mudança nos fins de semana custa dinheiro, e os times não estão satisfeitos com as contrapartidas oferecidas até agora.