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Hamilton ofusca lançamento da nova Mercedes
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Último grande lançamento do ano, equipe octacampeã mundial, a volta de um layout histórico, o ressurgimento das flechas de prata. A atração deveria ser o carro, certo?
Foi Hamilton.
O heptacampeão falou pela primeira vez sobre o último Mundial, sobre os acontecimentos de Abu Dhabi, sobre o que passou pela sua cabeça nos últimos meses. Como quase sempre, falou bem: revelou ter pensado em parar, disse que sua confiança na F1 foi abalada, mas foi elegante com Verstappen, contrariando quem quer ver fogo no parquinho _ou no paddock.
Lá vai...
"Todo fim de temporada você se questiona se está a fim de empenhar, de novo, tanto tempo e esforço para ser campeão mundial. Há muita coisa envolvida, não é apenas virar o volante e dirigir um carro. A questão é: você quer sacrificar tanto tempo? Você acredita que pode continuar lutando nesse nível? Tornou-se um processo mental normal para mim."
"Desta vez, claro, este processo foi agravado por um fator significativo. E, no fim das contas, mesmo estando no esporte que sempre amei tanto, houve um momento em que perdi um pouco da minha fé no sistema. Mas sou uma pessoa muito determinada. Gosto de pensar que momentos assim definem carreiras, e me recusei a deixar que definisse a minha. Então estou focado em fazer o meu melhor e voltar ainda mais forte."
Sobre a queda de Masi e as mudanças anunciadas ontem pela FIA, Hamilton disse que prefere esperar os resultados práticos. "Fé e confiança andam lado. Você pode perder a fé num piscar de olhos ou num estalar de dedos, mas construí-la é algo que leva muito tempo. O anúncio de ontem talvez seja um primeiro passo neste sentido. Mas nada mudou ainda. Temos que ver as ações agora. Mas não estou focado nisso agora. Estou concentrando toda a minha energia em ser o melhor piloto que vocês já viram."
E, claro, falou de Verstappen. "Nada disso tem a ver com Max. Ele fez o que qualquer piloto faria numa oportunidade como aquela. Max é um grande competidor, não tenho problemas com ele. Não guardo rancores de ninguém".
Mas houve o lançamento de um carro, lembram?
O W13 foi apresentado numa live de 50 minutos exibida pelas redes sociais da equipe alemã. Antes de vermos o carro, assistimos a entrevistas com Wolff, Russell e, claro, Hamilton.
Chamou atenção a postura do novato na equipe. Num discurso bem treinado, Russell fez questão de prestar reverências a Hamilton. Na pista, não deve ser diferente. A hora dele vai chegar, ele sabe que sua principal missão em 2022 será ajudar o companheiro.
O novo modelo só apareceu depois de 30 minutos.
Para ser sincero, não há nenhuma novidade gritante, nada que o diferencie dos carros que vimos nos últimos dias. O W13 segue a receita básica do Regulamento Técnico de 2022: bico alto, pequenas coberturas sobre as rodas dianteiras, linhas agressivas nas laterais, asa traseira.
A grande notícia aparente é o esquema de cores: a Mercedes volta ao tradicional prateado, após duas temporadas correndo de preto como parte de uma campanha contra o racismo.
O melhor de tudo é que hoje mesmo o carro foi pra pista.
Coube a Russell a honra de dar as primeiras voltas no W13, num shakedown em Silverstone _com limite de 100 quilômetros, o que é permitido pelo regulamento. Depois, Hamilton assumiu o volante.
A chuva e o vento atrapalharam qualquer avaliação mais precisa, mas Russell disse ter gostado do que viu. "Foi bem parecido com o que sentimos no simulador. Agora vamos voltar pra fábrica e comparar os dados."
Apenas duas equipes ainda não lançaram seus carros. A Alpine mostrará seu modelo na segunda-feira. A Alfa Romeo, só no dia 27.
Antes disso, acontecem os testes em Barcelona.
De quarta a sexta da semana que vem, as dez equipes estarão no circuito espanhol com seus novos modelos.
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