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Fábio Seixas

REPORTAGEM

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Portugal é favorito para ocupar a vaga do GP da Rússia

Lewis Hamilton levanta o troféu pela vitória no GP de Portugal do ano passado - Clive Mason - Formula 1/Formula 1 via Getty Images
Lewis Hamilton levanta o troféu pela vitória no GP de Portugal do ano passado Imagem: Clive Mason - Formula 1/Formula 1 via Getty Images

Colunista do UOL

08/03/2022 08h15

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O cancelamento do contrato com o GP da Rússia, que iria até 2025, abriu subitamente um buraco no calendário e encheu os portugueses de esperança.

Portimão é o favorito para ocupar a data de 25 de setembro. Em entrevista ao site "Autosport.pt", Paulo Pinheiro, administrador do autódromo, informou que está em negociações com FIA e Liberty Media. Caso a prova seja confirmada, seria a primeira corrida de F1 em Portugal com público total em 26 anos.

A pista, na região do Algarve, no sul do país, recebeu a categoria em 2020 e 2021, tapando buracos de etapas canceladas pela pandemia. O motivo do cancelamento do GP russo, agora, é outro: a guerra contra a Ucrânia.

Em 2020, a prova aconteceu com público limitado. No ano passado, com portões fechados. A última vez que Portugal recebeu um GP com público total foi em 1996, no Estoril: pole position de Hill, vitória de Villeneuve.

Dá pra imaginar a festa que os portugueses fariam agora...

Mas há outros candidatos. A Turquia, outro país que tapou buracos nas duas últimas temporadas, também quer a vaga.

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O circuito de Istambul, que recebeu a F1 nos dois últimos anos e também pleiteia a corrida nesta temporada
Imagem: Bryn Lennon/Getty Images

Correndo por fora, há o Catar. Losail recebeu a F1 pela primeira vez em novembro do ano passado e tem um contrato para mais dez edições a partir de 2023. A ausência no calendário de 2022 tem um motivo: evitar choque com a Copa do Mundo, no fim do ano. Mas o surgimento de uma data em setembro aguçou o desejo dos cataris.

Há, ainda, uma terceira possibilidade: a data não ser preenchida e o campeonato acontecer com 22 etapas.

O Mundial deste ano seria o maior da história, uma obsessão dos comandantes da categoria. Mas o plano sempre foi alvo de críticas de quem coloca a mão na massa: o estafe das equipes e o pessoal que atua no entorno da F1. Mecânicos, engenheiros, cozinheiros e jornalistas simplesmente não aguentam mais viajar tanto, para tantas corridas emendadas.

No fim da última temporada, uma carta aberta aos dirigentes, escrita por um mecânico em condição de anonimato, escancarou a insatisfação.

Um trecho: "O que torna este trabalho extremamente extenuante é que não há como descansar, como se recuperar. Você sai de um avião, após um voo na classe econômica que pode ter sido horrível, sem conseguir dormir, e tem que trabalhar. A combinação de mudanças de fusos horários, voos em companhias baratas e trabalho até tarde deixou todo mundo quebrado após a sequência de corridas no México, no Brasil e no Catar".

E, na semana passada, Karun Chandok, ex-piloto de F1 e hoje comentarista da TV inglesa, respondeu assim a uma enquete no Twitter sobre qual circuito deveria substituir Sochi: "Nenhum! 22 corridas é o suficiente!"

Portimão, Turquia ou uma etapa a menos no Mundial... Só vejo vantagens. Do ponto de vista técnico, Sochi não fará a menor falta.