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Fábio Seixas

REPORTAGEM

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Experiência coloca Magnussen na Haas

O piloto dinamarquês Kevin Magnussen, em 2020, sua quarta temporada pela Haas - Haas
O piloto dinamarquês Kevin Magnussen, em 2020, sua quarta temporada pela Haas Imagem: Haas

Colunista do UOL

09/03/2022 14h50

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A Haas buscava um piloto com experiência na F1 para ajudá-la a sair do zero no Mundial. Recorreu a um velho conhecido: Kevin Magnussen.

Em um post com texto sucinto nas redes sociais, a equipe anunciou o piloto dinamarquês de 29 anos como o substituto de Nikita Mazepin para a temporada que começa no dia 20. "Bem-vindo, K-Mag! Kevin Magnussen será o companheiro de Mick Schumacher em 2022".

Preteriu, assim, seu piloto reserva, Pietro Fittipaldi, em tese o candidato natural à vaga. Com a decisão, o Brasil segue sem um piloto disputando uma temporada completa na principal categoria do automobilismo.

O último foi Felipe Massa, em 2017. Em 2020, Pietro chegou a correr dois GPs, substituindo Romain Grosjean, vítima de acidente no Bahrein. Mas foi só.

A primeira experiência do dinamarquês com o VF-22, seu novo carro, será na sexta-feira, no segundo dia de testes no Bahrein. Segundo comunicado emitido pela Haas logo após o anúncio nas redes, o contrato é "multianual".

"Estamos muito felizes em receber Kevin de volta ao time. Quando fomos procurar um piloto que pudesse adicionar valor à equipe, além de experiência, a decisão foi fácil", disse Gunther Steiner, o chefe da Haas.

"Fiquei obviamente muito surpreso e animado quando recebi a ligação da Haas. Estava olhando para outros caminhos na carreira, mas não dava para rejeitar uma chance vinda da F1 e de uma equipe tão comprometida como essa", afirmou o piloto.

A dica sobre a contratação de Magnussen já havia sido dada no fim de semana por Gene Haas, dono da equipe. "Estamos procurando. Obviamente gostaríamos de alguém com mais experiência", disse o empresário à agência de notícias Associated Press.

Tem lógica. Após alguns anos com resultados acima das expectativas, como o quinto lugar no Mundial de Construtores de 2018, a Haas despencou na temporada passada. Com uma dupla de pilotos novatos, Mazepin e Schumacher, ficou em último lugar, com zero ponto.

O dinamarquês é um piloto querido do paddock, embora nunca tenha realmente aproveitado as chances que recebeu. Chegou à F1 com status de "próxima grande estrela", mas não deslanchou. É um roteiro muito parecido ao vivido pelo pai, Jan, que correu por McLaren e Stewart, saiu da F1 deprimido e só foi ser feliz de verdade no endurance.

Magnussen, o filho, foi campeão de F-Renault em 2013 e no ano seguinte já estreou na F1, também pela McLaren. Não foi mal, marcou 55 pontos, com direito a um segundo lugar na corrida de estreia, mas a equipe resolveu contratar Alonso para 2015 e ele perdeu a vaga.

Correu pela Renault em 2016 (16º no Mundial, com 7 pontos) e em 2017 foi para a Haas, onde ficou por quatro temporadas.

Ao todo, disputou 119 GPs na F1, a experiência buscada pela Haas.

mag1 - Reprodução - Reprodução
Hamilton, Magnussen e Vettel participam de entrevista antes do GP da Áustria de 2017
Imagem: Reprodução

Saiu no fim de 2020 dizendo que até tinha algumas oportunidades de ficar na categoria, mas não contava com o patrocínio para bancá-las. "Acabou para mim. Não conquistei meus sonhos, não venci corridas nem me tornei campeão mundial. Mas tenho algum arrependimento? Não", declarou, à época, numa entrevista franca à Sky F1, da Inglaterra.

Tentou correr na Indy. Fez testes, disputou a etapa de Road America. Aventurou-se também no endurance. Mas não escondia as dificuldades de adaptação.

Como deixou claro na declaração de hoje, não imaginava um retorno tão rápido à F1. E justamente pela Haas, de onde saiu há pouco mais de um ano.

O Brasil terá que esperar.