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Pérez consegue 1ª pole e confirma polaridade Red Bull-Ferrari
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Red Bull x Ferrari. A nova polarização da F1 é uma realidade.
A pole position no GP da Arábia Saudita, segunda etapa do Mundial, é de Pérez. Com uma volta perfeita nos últimos instantes de uma classificação agitada e acidentada, o escudeiro da Red Bull conseguiu a primeira pole de um piloto mexicano na história da categoria.
Desbancou, assim, a Ferrari, que surgia como grande favorita a dominar a primeira fila.
A escuderia italiana liderou todos os treinos livres e os dois primeiros blocos da classificação. Na hora de decisão, porém, Pérez, 32 anos e há 12 temporadas tentando, brilhou no circuito de Jedah e garantiu a ponta do grid.
O mexicano cravou 1min28s200. Leclerc, que largou na pole no Bahrein, ficou a 0s0s25 hoje e sai em segundo.
A segunda fila terá Sainz e Verstappen.
"Levou algum tempo, mas que volta! Foi inacreditável. Eu poderia tentar outras mil vezes e não conseguiria uma volta como aquela", disse o mexicano, em êxtase, após deixar o carro.
Seu desempenho rendeu elogios da concorrência. "Estou feliz com minha volta. Mais ou menos consegui encaixar tudo o que queria. Mas parabéns ao Checo. Ele fez um trabalho incrível hoje", reconheceu Leclerc.
A classificação aconteceu já na noite saudita, 24°C no ar, 26°C no asfalto.
O Q1 começou devagar e, quando estava esquentando, Latifi perdeu a Williams na curva 13 e estampou o muro. Bandeira vermelha para limpar a pista.
Na retomada, Verstappen até tentou, mas a Ferrari não está pra brincadeira.
Sainz fez o melhor tempo do primeiro bloco da classificação, 1min28s855, 0s073 melhor que o holandês. Leclerc, Russell e Bottas vieram na sequência.
A grande surpresa veio com Hamilton. O inglês ficou fora de um Q2 pela primeira vez desde o GP Brasil de 2017. São exatos 1.596 dias. Com uma diferença fundamental: naquela ocasião, ele bateu. Hoje simplesmente não conseguiu buscar tempo com uma Mercedes na mão. Sua desvantagem para Sainz foi de 1s488, um abismo para os padrões da F1.
Além dele, foram cortados Albon, Hulkenberg, Latifi e Tsunoda, que nem chegou a registrar tempo. O maior vencedor da história da F1 vai largar apenas em 16º.
É um choque, sentimento potencializado quando lembramos do desempenho do inglês no mesmo circuito há pouco mais de três meses: pole position, melhor volta e vitória.
"O carro estava saindo muito de traseira", disse Hamilton, decepcionadíssimo, ao repórter Felipe Kieling, da Band. "Foi uma questão de ajuste, eu estava com muita dificuldade nas curvas de alta. Não é um sentimento bom. Talvez eu largue do pit lane amanhã", completou, indicando seu desejo de mudar o acerto do W13 para a corrida.
Veio o Q2. Ferrari e Red Bull novamente comandaram as ações. E novamente teve bandeira vermelha: Schumacher bateu muito forte de traseira na curva 12, arrebentando o Haas.
A F1 irritantemente sonegou imagens, mas tudo ficou bem com o alemão. Nove minutos depois, ele foi tirado do carro de maca e levado para o centro médico. Mais 40 minutos e ele deixou o circuito de helicóptero, rumo a um hospital local, para exames mais detalhados.
A limpeza da pista, desta vez, demorou muito. Ao todo, foram longos 57 minutos de paralisação até a luz verde na saída do pit lane.
Quando o Q2 foi retomado, os pilotos tiveram apenas 4min58s para acelerar.
Sainz aproveitou bem. Na última volta, fez 1min29s686 e conseguiu de novo o melhor tempo, com 0s094 de folga para Leclerc. Pérez e Verstappen vieram na sequência. Fechando o top 10, Alonso, Bottas, Gasly, Magnussen, Ocon e Russell.
Foram cortados Norris, Ricciardo, Zhou, Schumacher e Stroll.
E finalmente chegou o Q3.
Na primeira série de voltas, Sainz mandou 1min28s402. Leclerc ficou a 0s044. Verstappen foi mal e ficou apenas em sétimo. "O que está acontecendo? Não tenho aderência nos pneus traseiros", reclamou o campeão pelo rádio.
Pérez não teve o mesmo problema. Encaixou uma volta perfeita e cravou todo mundo, surpreendendo os torcedores, sua equipe e os adversários.
A terceira fila terá Ocon e Russell, seguidos por Alonso e Bottas. Gasly e Magnussen fecham o top 10.
A pole inédita de Pérez, mais até do que seria um bom resultado de Verstappen, é um atestado gritante de que o carro da Red Bull tem condições de brigar com a Ferrari.
O Mundial de 2022 caminha para uma polarização, mas com troca de integrantes. Sai Mercedes, entra Ferrari.
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