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Insistente, Verstappen bate Leclerc em duelo e vence em Jeddah
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Verstappen não desiste nunca. Leclerc provou disso neste domingo, em Jeddah.
Com uma ultrapassagem a três voltas da bandeirada, o piloto da Red Bull venceu o GP da Arábia Saudita, segunda etapa do Mundial. Foi sua 21ª vitória da carreira, a primeira no ano, a primeira com status de campeão mundial.
Saindo em quarto lugar, o holandês fez uma corrida em dois atos. No primeiro momento, foi estratégico e contou a sorte de um safety car no momento certo. No segundo ato, mostrou as garras, toda a agressividade e insistência que colocaram o número 1 no bico do seu carro.
Leclerc chegou a sentir o gosto da vitória, mas ficou em segundo. Sainz completou o pódio. Pérez, o pole position e vítima de uma inteligente estratégia ferrarista, precisou se conformar com a quarta posição.
Com o resultado, o monegasco mantém a ponta do campeonato, agora, com 45 pontos. Sainz tem 33, contra 25 de Verstappen. No Mundial de Construtores, a Ferrari é a líder: 78 pontos, 40 a mais que a Mercedes, segunda colocada.
Foi uma boa corrida, em que pese a sombra de preocupação que tomou conta do paddock desde sexta-feira.
A largada viu um Pérez na pole position e determinado a não dar chance para a concorrência. O mexicano saiu muito bem, contornou as primeiras curvas na frente e já tratou de tentar abrir vantagem.
Verstappen também foi bem, passando Sainz sem muita dificuldade e pulando pra terceiro. Lá atrás, Zhou sofreu com o mesmo problema de embreagem da Alfa Romeo que vitimou Bottas na abertura do Mundial, no Bahrein. Caiu de 12º para 17º.
Na quinta volta, Pérez tinha 1s7 sobre Leclerc, que abria 1s3 para Verstappen.
"Estou sem aderência com esses pneus", disse Hamilton pelo rádio, da 14ª posição. Ele, Hulkenberg e Magnussen foram os únicos a optarem pelos compostos mais duros na largada. Todos os outros iniciaram o GP com os pneus médios.
Com Pérez então sossegado na ponta, a atração do GP tornou-se o duelo entre Alonso e Ocon pela sexta posição. Foram vários ataques e contra-ataques, alguns de alto risco. Na sétima volta, o espanhol passou. Na seguinte, o francês deu o troco, mas passando por fora da curva 1: devolveu a posição por iniciativa própria, sem esperar ordem da direção de prova.
É a nova diretriz da F1 para esta temporada, como expliquei aqui na semana passada.
As duas Alpines se enroscando permitiram que Bottas e Magnussen se aproximassem. O trenzinho ficou animado. Na 14ª volta, o finlandês passou Ocon.
Mais atrás, o jogo de Hamilton com os pneus começava a virar. Ele passou Stroll e Norris e assumiu o 11º lugar. Não por coincidência, Ricciardo abriu os pits já na nona volta: tirou os médios, colocou os duros. Albon e Stroll fizeram o mesmo voltas depois.
Na 15ª volta veio um dos momentos-chaves da prova. Um blefe da Ferrari. A mensagem para Leclerc foi clara: "Entre nos boxes para ultrapassar".
Acontece que Leclerc não entrou. E a Red Bull, tentando se defender, chamou Pérez. Aí o blefe ganhou companhia do imponderável. No caso, podemos chamar de "sorte".
Porque Latifi, pra variar, acertou o muro. O safety car entrou na pista. Todo mundo foi para os boxes. E Pérez se deu mal: caiu para terceiro, com Leclerc e Verstappen à sua frente.
Poderia piorar? Sim. Porque deu um chega pra lá em Sainz quando o espanhol estava saindo dos boxes, dentro da linha do safety car, e precisou ceder a posição. Ou seja, foi parar em quarto lugar. Que dia para o mexicano...
A relargada veio na 21ª volta. Leclerc segurou bem a ponta e pisou fundo, cravando melhores voltas e abrindo vantagem. Na 23ª, tinha 1s4 sobre o holandês. Sainz e Pérez já estavam em outro bloco. Fechando o top 10, Russell, Magnussen, Hamilton, Alonso, Hulkenberg e Bottas.
Foi um segundo trecho de prova mais comportado e com uma série de abandonos.
Alonso e Magnussen protagonizaram um belo duelo, mas o espanhol acabou ficando pelo caminho na 35ª volta. Logo depois, Bottas e Ricciardo também tiveram problemas e deixaram o GP. O safety car virtual precisou ser acionado porque tanto o espanhol como o australiano empacaram na entrada do pit lane.
A corrida voltou à velocidade normal na 42ª volta, faltando oito para o fim. Verstappen foi mais safo na reaceleração, partiu pro tudo ou nada e fez a ultrapassagem no fim da volta. Leclerc não se deu por vencido: pisou fundo e recuperou a posição na 43ª.
Verstappen desistiria? Claro que não. Mergulhou de novo no fim da volta, mas Leclerc foi magistral na defesa da posição. Fim de papo? Não mesmo. Na 47ª, Verstappen tentou de novo e enfim assumiu a liderança de vez.
O duelo tornou-se, então, um jogo de estratégia, com os pilotos observando atentamente o momento de passar pelas linhas do DRS e abrir asa. Na bandeirada, Verstapppen tinha 0s549 sobre o novo rival.
"Sabíamos que seria uma corrida longa e tentamos jogar assim. Estávamos muito próximos na corrida e hoje é muito mais difícil planejar uma ultrapassagem porque o risco de levar o troco é maior. É um bom começo de temporada", disse Verstappen.
Leclerc destacou que a Ferrari estava mais rápida nas curvas, mas perdia nas retas. "Existe respeito entre nós. Assumimos riscos no final. Mas estou desapontado."
Russell, Ocon, Norris, Gasly, Magnussen e Hamilton fecharam o top 10.
Agora, dois dias após mísseis atingirem um depósito de petróleo a 12 km da pista, a F1 deixa a Arábia Saudita.
Finalmente esta viagem terminou.
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