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Mercedes prepara mudanças, mas só para Barcelona
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O baque foi violento, já é histórico. Depois de apenas quatro GPs, ampliar a sequência de oito Mundiais soa uma missão impossível. Mas a Mercedes quer ao menos se salvar do vexame e prepara um pacote de atualizações para o carro. A má notícia para os fãs: terão que esperar.
Em Miami, próxima etapa do campeonato, no dia 8 de maio, o calvário de Hamilton e Russell vai continuar. As novidades só devem estrear na volta à Europa, o GP da Espanha, no dia 22.
O principal objetivo é reduzir o "porpoising", as quicadas do carro contra o asfalto, que tornam o modelo W13 muito complicado de guiar em altas velocidades. Em Ímola, os dois pilotos da Mercedes tiveram que levantar o pé em várias ocasiões para não perder o controle do carro.
Após a prova, Russell, quarto colocado, revelou sentir dores pelo corpo. Não é para menos: os impactos foram tão fortes que quebraram uma barra estabilizadora do carro. Mas nada deve ter sido mais dolorido do que a volta que Hamilton levou de Verstappen na parte final do GP.
Em 292 GPs, foi apenas a terceira ocasião em que o inglês se tornou retardatário. A última vez havia sido no GP do México de 2017, mas ele não ligou para isso: o nono lugar foi o suficiente para lhe garantir o quarto título mundial. Antes disso, apenas no GP da Espanha de 2013.
A situação valeu um pedido de desculpas de Wolff, chefe da equipe, pelo rádio. "Oi, Lewis. Desculpe por isso que você teve que pilotar hoje. Sabemos que está indirigível", disse.
Agora é hora de agir. E o plano da Mercedes é gastar boa parte dos US$ 140 milhões à disposição no orçamento para corrigir o carro. As mudanças devem se concentrar nos "sidepods", as entradas laterais do W13 que tanto deram o que falar na pré-temporada.
Depois de fazer o melhor tempo na bateria de testes de Barcelona, em fevereiro, com Hamilton, a Mercedes radicalizou. Chegou à segunda e última sessão de testes, no Bahrein, no início de março, com um visual bem diferente.
A equipe praticamente eliminou os "sidepods", deixando exposta uma grande porção do assoalho. O objetivo, como sempre, era reduzir a resistência ao ar. Equipes rivais se assustaram, algumas insinuaram entrar com protesto na FIA.
Não foi necessário.
Logo ficou claro que a ideia não funcionava. Mas a Mercedes insistiu no conceito. Segundo a "Auto, Motor und Sport", da Alemanha, a raiz do problema é justamente essa maior exposição do assoalho, que faz o W13 descer, subir, balançar, quicar, raspar o asfalto...
Deu no que deu. Hoje, a octacampeã mundial de Construtores é a terceira colocada no campeonato e, a continuar assim, em breve deve perder posição para a McLaren.
"Tudo o que temos de bom e de ruim tem relação com assoalho. Eu não diria que nosso conceito está totalmente errado. Temos que manter as partes boas e eliminar os pontos fracos", disse Wolff, em Ímola. "Mas antes de tomarmos uma decisão, temos que esgotar todas as possibilidades que a ciência nos oferece. Acreditamos que podemos virar o jogo."
Ainda nos testes do Bahrein, destaquei que a Ferrari tinha ido pelo caminho oposto: os sidepods são enormes, os maiores da categoria. "Dá para preparar uma mesa de jantar sobre as laterais do carro", escrevi aqui.
"A Mercedes tem o estilo dela. Nós temos o nosso, e eu gosto bastante. Acho que o nosso carro é legal, o mais legal da F1", disse Binotto, o comandante ferrarista, na ocasião.
Há um velho ditado do automobilismo que prega que "carro bonito é o que vence". O da Ferrari está lindo na foto de 2022. Já o da Mercedes...
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