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Como a McLaren reagiu tão rápido na F1?
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No Bahrein, nenhum dos carros no Q3 e ambos longe da zona de pontuação. Na Arábia Saudita, um discreto sétimo lugar e os primeiros pontos no ano. Na Austrália, os dois pilotos no top 10: quinto e sexto. E, no GP da Emilia Romagna, no último domingo, um pódio.
A evolução da McLaren, tão rápida e tão aguda, é uma das grandes histórias deste início de temporada. Surpreende até mesmo quem está lá na ponta do processo, o cockpit do MCL36.
"Estou surpreso, mas é um sentimento incrível. Sair de onde estávamos há um mês para um pódio... Depois do Bahrein, sinceramente achei que não subiríamos no pódio neste campeonato. Então é um grande choque", disse Norris, terceiro colocado em Ímola.
"Choque" é uma boa palavra para descrever essa evolução.
Na abertura do Mundial, Norris foi apenas o 12º no ranking de voltas rápidas. No domingo passado, já foi o sétimo melhor. No Bahrein, o inglês foi cortado do Q2 com uma volta 1s2 mais lenta que a de Verstappen, o líder. Na classificação da última sexta, ficou a apenas 0s5 da melhor marca do Q2, avançou para o Q3 e conseguiu a terceira posição do grid.
Qual é a razão para tamanha evolução? O que aconteceu? A McLaren, afinal, não apareceu com nenhuma grande novidade técnica ou solução mirabolante nas últimas semanas.
A resposta pode parecer prosaica, mas é parte da graça da F1 e traz esperanças a outros times em situação difícil neste início de temporada, como a Mercedes.
A McLaren hoje entende melhor o carro.
"Sabíamos que teríamos problemas na primeira corrida. O mais importante naquele momento era manter a calma, proteger o time e dar a todos a chance de seguirem com seus trabalhos", disse Seidl, chefe da equipe.
Para desvendar o pessimismo da primeira frase é preciso voltar um pouco mais no tempo.
Problemas nos freios limitaram a participação da McLaren na última bateria de testes pré-temporada, de 10 a 12 de março, lá mesmo no Bahrein. A equipe foi a que menos andou nos três dias: 1.082 km. A Mercedes fez quase o dobro disso: 2.083 km.
Além disso, a McLaren enfrentou a ausência de seu piloto mais experiente, Ricciardo, que estava com covid.
Quilometragem e experiência fizeram muita falta, principalmente num ano de mudanças técnicas tão profundas. O resultado: a McLaren começou a temporada no escuro, muito atrás da concorrência, e precisou fazer um "intensivão" nos treinos livres de Jeddah e de Melbourne para compreender o comportamento do MCL36.
"Usamos as duas corridas seguintes para aprender o que não conseguimos no Bahrein. Foi quando entendemos o real potencial desse carro. Ímola foi a confirmação de que o resultado da Austrália não foi exceção, de que temos um bom carro, com alicerces sólidos para as evoluções que estão no nosso planejamento", afirmou Seidl.
Simples assim. Pessoas se debruçando sobre um problema e queimando a cabeça. É o tal "fator humano" que muitos gostam de desprezar na F1.
Sim, ele ainda faz a diferença, seja no cockpit, seja nos boxes, seja na oficina.
E eu adoro quando acontece.
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