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Anhembi, contrato de 5 anos, asterisco: tudo sobre a Fórmula E em São Paulo
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O Brasil deve receber uma etapa da Fórmula E pela primeira vez em 2023. O plano é que a corrida aconteça no dia 25 de março, numa pista a ser montada no Anhembi, em São Paulo.
O contrato foi assinado no sábado, em Mônaco, entre representantes da categoria, da Prefeitura de São Paulo, da SPTuris e da GL Eventos, empresa que administra o Anhembi. O prazo é de cinco anos, com cláusula de renovação por mais cinco, até 2032.
A única pendência é o aval do Conselho Mundial da FIA, praxe para qualquer novo circuito que pleiteia uma vaga no campeonato. A divulgação do calendário deve acontecer em junho.
"Fiquei muito feliz. Já estou envolvido com a Fórmula E há dez anos e essa corrida já bateu duas vezes na trave. Para mim vai ser sensacional correr na frente do público brasileiro. Será muito importante também para a categoria, que ainda é pouco conhecida no Brasil", disse Lucas di Grassi, campeão da temporada 3 do Mundial de monopostos elétricos da FIA.
Di Grassi foi um dos responsáveis por desenhar o traçado, que terá cerca de 3,5 km e usará boa parte do circuito usado pela Fórmula Indy entre 2010 e 2013. A largada também será no Sambódromo e pavilhões do centro de convenções serão usados por equipes e imprensa.
A maior diferença é que os carros elétricos não pegarão a Marginal Tietê. Voltarão pela avenida Olavo Fontoura, margeando o aeroporto do Campo de Marte. "Os novos carros, da geração 3, vão chegar a 300 km/h, 310 km/h no fim daquela reta", estima o piloto da Venturi.
Sérgio Sette Câmara, o outro brasileiro na categoria, disse que foi surpreendido. "Não era algo que achei que fosse acontecer tão rápido", afirmou o piloto da Dragon Penske. "Ter o evento no país faz total diferença, você planta uma semente e as pessoas passam a acompanhar mais. A gente já viu isso em outros lugares."
O contrato dele com a equipe termina neste ano, mas ele espera correr em São Paulo: "Estamos conversando. Agora tenho um motivo a mais pra ficar".
O namoro entre Fórmula E e São Paulo é antigo. Desta vez, porém, há uma diferença em relação às outras negociações: a América do Sul não está mais representada no campeonato, e a categoria considera fundamental fincar bandeira no continente. A etapa de Santiago foi cancelada no ano passado e não apareceu no calendário da atual temporada.
"A FIA e a Fórmula E querem muito este circuito em São Paulo. Já está bem redondo, o contrato foi assinado, agora só faltam mesmo essa pendência da aprovação e o asterisco da divulgação do calendário", declarou Gustavo Pires, presidente da SPTuris, que esteve em Mônaco para a assinatura do acordo.
Segundo ele, representantes da categoria já visitaram o Anhembi e imagens do circuito estão anexadas ao contrato. "As conversas acontecem desde setembro do ano passado, eles já foram para São Paulo, já tivemos algumas reuniões e vistorias do local", contou.
A ideia da prefeitura é que a prova marque o encerramento da "Semana da Sustentabilidade" em São Paulo, que promoverá ações ambientais e socioeconômicas sustentáveis.
Outro traçado chegou a ser considerado no início das conversas, no Parque do Ibirapuera. Foram feitos estudos de impacto e de viabilidade. Mas o Anhembi levou vantagem por já ter boa parte da estrutura pronta: arquibancadas, banheiros, hotel e os pavilhões de eventos.
Se a FIA mantiver a lógica das últimas temporadas, o e-Prix de São Paulo será a terceira ou quarta etapa do campeonato de 2023. Deve acontecer depois de Diriyah, na Arábia Saudita, e provavelmente fará uma dobradinha com a corrida do México. Será uma das primeiras corridas do GEN3, o novo modelo da categoria, com potência equivalente a 470 hp.
Cidade do México e Mônaco, aliás, hoje são as únicas cidades a receber etapas da F-1 e da Fórmula E. As portas para São Paulo estão abertas. Falta pouco para entrar neste grupo tão seleto.
Este blog procurou a Fórmula E, que ainda não se manifestou. O texto será atualizado tão logo venha uma declaração de um representante da categoria.
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