Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Mônaco não é tão previsível como pintam; veja os horários da F1
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Não houve nenhuma ultrapassagem nas 78 voltas de Mônaco no ano passado. Foram duas em 2019, quatro em 2018, três em 2017 e 14 em 2016 _choveu no principado naquele ano.
Mas será que a corrida é tão ruim assim?
"O pole position sempre vence, é um GP previsível." É mesmo? Ou essas são apenas frases que alguém disse um dia e que passaram a ser repetidas à exaustão sem muita reflexão? Que tal uma olhada nos números e nas histórias das últimas corridas por lá?
Nas últimas cinco edições da prova, o pole venceu em Mônaco apenas duas vezes: Hamilton, em 2019, e Ricciardo, no ano anterior. Vamos aumentar a amostragem? Nos dez últimos GPs de Mônaco, foram seis vitórias do piloto que largou na primeira posição, ou 60%.
Em se tratando de F1, não é um ponto fora da curva. É exatamente o mesmo índice de Barcelona, por exemplo, que recebeu a F1 no último domingo.
Ok, o circuito espanhol também não é um queridinho da galera. Então vamos pegar o maior dos hors-concours: Spa-Francorchamps. Por lá, a previsibilidade é ainda maior, acreditem: nas dez últimas edições do GP da Bélgica, o pole venceu sete vezes. Outro? Interlagos tem exatamente a mesma relação poles x vitórias de Mônaco e Barcelona no período: 60%.
Mais um indicativo de que o GP do principado não é a desgraça que pintam está na variedade de vencedores. Nas últimas dez edições, seis pilotos venceram por lá. Foi legal ver caras como Ricciardo e Webber, coadjuvantes no Mundial, subindo ao camarote real para pegar seus troféus e jogando champanhe nos mecânicos instantes depois em pleno Boulevard Albert 1º.
O índice é o mesmo em Interlagos: seis vencedores nas dez últimas edições. Foram sete em Spa e apenas quatro em Barcelona.
Não, não dá para acusar Mônaco de ser previsível.
O grande problema é a falta de ultrapassagens, como destacado logo na abertura deste texto. Para efeito de comparação, a corrida do domingo passado, em Barcelona, teve 50. Miami, tão criticada, 54.
Mas a corrida do principado é outra coisa. Os obstáculos são diferentes, a lógica muda.
O ponto crucial para aceitar Mônaco é entender que, por um fim de semana, um único fim de semana no ano, os desafios são escapar dos muros, fazer a St. Dévote sem passar reto, passar o mais próximo possível dos guards rails sem lascar o carro, enfrentar as zebras das chicanes sem perder a direção, encarar o lusco-fusco do túnel e manter a concentração.
Isso tudo em meio a um cenário deslumbrante e cheio de tradição.
Foi lá que Senna quase venceu com a Toleman em 1984 para depois acumular seis vitórias. Foi lá que Panis ganhou num domingo caótico. Foi lá que Rindt triunfou na última curva. Foi lá que Nuvolari prevaleceu em 1933 após 21 trocas de liderança. Foi lá que Hill brilhou, que Villeneuve deu show em 1981, que pilotos morreram e que carros já caíram no mar...
Se você ainda não se convenceu que Mônaco tem seu espaço no calendário, talvez isso te alegre um pouco: a meteorologia prevê chuvas para o domingo.
Segue a programação da 7ª etapa do Mundial de F1, desta vez com os treinos começando na sexta, reflexo do calendário inchado da categoria. A arte abaixo é do genial Pilotoons.
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