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"Fico" de Gasly na AlphaTauri mostra como F1 está fechada
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A AlphaTauri confirmou nesta sexta-feira que Gasly fica por lá em 2023. "Ele não vai a lugar nenhum!", comemorou no Twitter. No comunicado em seu site, o time destacou que "Pierre é um vencedor, com três pódios, três melhores voltas e, até agora, 325 pontos na F1".
Como de praxe em renovações de contrato, há elogios de lado a lado. De Tost, chefe do time: "Ele está no grupo dos melhores pilotos da F1. Sem dúvida pode desempenhar um papel importante na equipe no ano que vem. Cabe a nós dar a ele um carro competitivo". E de Gasly: "Estou neste time há cinco anos e orgulhoso da jornada até aqui. Estou feliz em continuar na AlphaTauri. As novas regras criaram desafios, e poder planejar nosso desenvolvimento para os próximos 18 meses é uma boa base para o futuro".
O anúncio oficial não surpreendeu ninguém. No sábado passado, em Montréal, Tost já havia dito que o francês ficaria na equipe. Mas é uma comprovação de como está difícil se movimentar na F1 atual, com só dez equipes no grid e uma nova onda de contratos longos.
Gasly não queria ficar. O piloto que hoje se diz "feliz em continuar" é o mesmo que se revoltou em maio, na renovação da Red Bull com Pérez até o fim de 2024. "Preciso conversar sobre algumas coisas com Helmut. Eles querem me manter, mas tenho que ver como seria", disse.
Helmut Marko é o conselheiro de Dietrich Mateschitz, dono da Red Bull, no esporte a motor e o responsável pelo programa de desenvolvimento de pilotos da marca de energéticos. Em outras palavras: é ele quem organiza a fila sobre quem corre na Red Bull e na AlphaTauri.
Em 2017, bancou a estreia de Gasly, campeão da GP2, pela então Toro Rosso. Dois anos depois, promoveu o francês para a Red Bull. Mas não teve paciência: depois de 12 provas, devolveu-o para o time de baixo. Em vez de se abalar, Gasly ganhou casca. Ficou mais forte, venceu em Monza em 2020 e desde então sonha com uma nova chance num time de ponta.
A opção mais lógica seria a Red Bull. Mas a renovação de Pérez fechou as portas para ele. Gasly, então, foi olhar o mercado. E então percebeu que a coisa está feia, muito fechada.
A F1 que já teve pré-classificação, com quase 40 pilotos inscritos lutando por 26 vagas no grid, desde 2017 conta com só dez equipes. Dessas, três podem ser consideradas "de ponta": Red Bull, Ferrari e Mercedes. McLaren, Alpine, Alfa Romeo e AlphaTauri estão no segundo degrau.
Há mais um complicador: nos últimos anos, todas começaram a amarrar seus pilotos com contratos muito longos. É um efeito dos programas de desenvolvimento de jovens talentos. Nenhuma marca quer perder um pupilo em quem investiu tanto tempo, tanto dinheiro.
O caso mais gritante é o de Verstappen, que tem contrato com a Red Bull até o fim de 2028! Norris assinou com a McLaren até 2025. Na Ferrari, Leclerc e Sainz ficam pelo menos até 2024.
Algumas (poucas) portas só devem abrir no fim do ano que vem. A mais interessante delas, na Mercedes, caso Hamilton decida se aposentar _o contrato de Russell também termina no fim de 2023, mas a marca alemã certamente vai segurá-lo. Deve pintar também uma chance na McLaren, com a saída de Ricciardo, cujo contrato também só termina daqui a 18 meses.
Gasly é um piloto talentoso, inteligente, capaz de muito mais. Na opinião deste blogueiro, está na mesma prateleira de Norris e Russell, muito mais festejados. Mas, por ora, só lhe resta esperar. E dizer nas entrevistas protocolares que está "muito feliz" de correr na AlphaTauri.
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