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Leclerc fica pelo caminho, e Verstappen atinge marca emblemática na F1
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Mais uma vez, Leclerc fez tudo certo no sábado. Mais uma vez, uma pole position terminou em frustração. Mas uma vez, a vitória na Fórmula 1 ficou com Verstappen.
O holandês venceu o GP da França, 12ª etapa do Mundial. Saindo em segundo, foi beneficiado por um acidente do ferrarista na 18ª das 53 voltas — os indícios apontam para um problema no acelerador, o mesmo que o atrapalhou na Áustria, há duas semanas.
É a 27ª vitória do holandês na F1, uma marca emblemática para o esporte e um alvo que já pareceu inatingível.
Por 14 anos, este foi o recorde de vitórias de um piloto na categoria, ostentado por Stewart. Durou de 1973 a 1987, quando Prost o igualou. Senna chegou lá quatro anos depois. Desde então, outros cinco pilotos superaram a marca. Mas a aura permaneceu: 27 vitórias, como que um ponto de virada, uma credencial indicando que aquele que a ostenta é grande.
Neste domingo, Verstappen chegou lá.
Em seu 300º GP, Hamilton foi o segundo colocado, seu melhor resultado no ano e seu quarto pódio consecutivo. Russell completou o pódio: um resultado espetacular para a Mercedes.
A Leclerc, restaram gritos de desespero no carro, voltar para os boxes de carona numa moto e caminhar pelo pit lane ainda de capacete. Foi a quinta pole position consecutiva que ele viu terminar de forma melancólica, sem converter em vitória.
Com o resultado, Verstappen abriu ainda mais vantagem no Mundial de Pilotos. Chegou à França com 38 pontos de folga para o monegasco. Sai com 63: 233 a 170.
Como previsto, foi um domingo de muito calor em Paul Ricard. O GP aconteceu debaixo de 30°C, com 61°C no asfalto. Um terror para os pneus, mesmo num piso que é um tapete.
Leclerc sabia da importância de fazer a primeira curva na frente e não bobeou. Pisou forte, defendeu-se bem, manteve a ponta. Hamilton passou Pérez e assumiu o terceiro posto. No meio do pelotão, Ocon acertou Tsunoda, que rodou e caiu para último _o francês foi punido em 5 segundos. Magnussen deu show: ganhou sete posições, pulando de 20º para 13º.
O top 10 ao fim da primeira volta tinha Leclerc, Verstappen, Hamilton, Pérez, Alonso, Russell, Norris, Ricciardo, Ocon e Stroll.
Mas a boa largada não foi sinônimo de vida tranquila para Leclerc. Não mesmo. Verstappen manteve-se na cola, atazanando sua vida e enchendo seus retrovisores a todo momento.
Virou um padrão. Nas retas, o holandês usava o DRS e encostava. Nas curvas, Leclerc conseguia um ritmo melhor e ganhava algum respiro. Foi assim por voltas e voltas.
Na quinta, Verstappen colocou de lado pela primeira vez. O ferrarista se defendeu. Na oitava e na nona, insinuou novo bote, mas recolheu.
Na nona, Magnussen abriu a janela de pit stops para quem faria duas paradas. Schumacher e Zhou entraram na volta seguinte. Os três tiraram os pneus médios e colocaram os duros.
Foi só a partir da décima volta que Leclerc passou a ter algum sossego. Na 16ª, abriu 2s de vantagem. Não por coincidência, a Red Bull chamou Verstappen para os boxes na seguinte: tirou os médios e colocou pneus duros, inaugurando os pits para quem faria duas paradas.
A corrida parecia se desenhar para Leclerc quando veio o choque.
O monegasco perdeu a traseira na curva 11, sozinho. Saiu da pista, bateu de frente contra a barreira de pneus, viu mais uma pole position se desintegrar, mais um domingo escorrer pelos dedos. Foi ao desespero. Gritou pelo rádio, reclamou do acelerador.
Instantes depois, pegou carona numa moto e voltou para os boxes.
Mais tarde, de cabeça mais fria e após conversar com a equipe, admitiu que foi erro de pilotagem.
"É extremamente frustrante. Sinto que estou no melhor nível da minha carreira, então não posso continuar cometendo erros assim", afirmou.
Safety car na pista e corre-corre pros boxes!
Todo mundo aproveitou para trocar pneus, e a Ferrari voltou a fazer lambança. Liberou Sainz de maneira insegura, ele quase acertou Latifi no pit lane e tomou 5s de punição.
O safety car saiu na 20ª volta, com Verstappen na liderança, seguido por Hamilton. Completando o top 10, Pérez, Russell, Alonso, Norris, Ricciardo, Sainz, Ocon e Stroll.
Virou uma moleza para Verstappen. Na 30ª volta, ele já tinha 3s8 sobre o rival. Na 40ª, a vantagem já estava em
A maior atração da corrida passou a ser Sainz, lutando com pneus médios e escalando o pelotão, apesar da necessidade de mais um pit e da punição já anunciada. Foi o que restou de um GP que começou muito bom, mas que murchou após a batida do monegasco.
Na 43ª, terceiro colocado após passar Pérez, Sainz entrou nos boxes. Cumpriu a punição, colocou um novo jogo de pneus médios e recomeçou sua escalada.
As atenções, então, se voltaram para a caçada de Russell sobre Pérez pelo terceiro lugar, que ganhou emoção após Zhou parar na área de escape a quatro voltas do fim.
Veio o safety car virtual e, na retomada, o inglês ganhou a posição numa bobeada incrível do mexicano.
Verstappen cruzou a linha de chegada com 10s5 sobre Hamilton. Russell ficou a 16s4. Completando o top 10, Pérez, Sainz, Alonso, Norris, Ocon, Ricciardo e Stroll.
"Tive um ritmo bom desde o começo, mas estava difícil seguir o carro da frente. Precisei manter a calma. Foi uma falta de sorte do Charles", disse Verstappen. "Sempre tento ganhar o maior número de pontos, hoje foi um dia ótimo."
"Ótimo" talvez seja pouco. Iniciar a segunda metade da temporada com 63 pontos de folga muda a cara do campeonato.
Agora já dá para dizer que há um franco favorito.
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