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Pole de Russell mostra que nova geração da F1 já chegou
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Na semana em que um tetracampeão anuncia a aposentadoria, um novo pole position se apresenta. Num mesmo mês, dois pilotos cravam as primeiras poles, o que não ocorria havia 60 anos. Na foto acima, o mais velho tem 27 anos. A renovação ganha corpo. E Russell é um de seus rostos sorridentes.
O inglês de 24 anos conquistou neste sábado, em Budapeste, a primeira pole de sua carreira. É, também, a primeira vez que a Mercedes conquista a ponta de um grid de largada nesta temporada, tremenda façanha para alguém que tem o heptacampeão Hamilton como companheiro de equipe.
"Estou na Lua. Absolutamente extasiado. A volta foi acontecendo, o tempo veio vindo... Senti algo incrível quando completei a volta e vi que estávamos em primeiro", disse Russell, que estreou na F1 em 2019 e está em seu 73º GP.
O inglês não escondeu a surpresa, principalmente após as complicações que enfrentou na véspera. Na segunda sessão de treinos livres, na sexta-feira, ele foi apenas o oitavo colocado, a 0s910 do líder, Leclerc. Tudo parecia errado.
"Ontem provavelmente foi nossa pior sexta do ano. Todo mundo passou a noite trabalhando duro. Não sabíamos que direção tomar. Aí veio aquela última volta, fiz um megatempo no setor 1, outro megatempo no setor 2. E tudo deu certo!"
Questionado se a pole marca a ressurreição da Mercedes após uma primeira metade de temporada tão difícil, foi direto: "Honestamente, não sei."
Com o resultado, Russell torna-se o 105º piloto a conquistar uma pole na F1 e iguala colegas de sua geração que já haviam largado na ponta. Stroll, Norris, Pérez e Sainz também contam com uma pole. Verstappen e Leclerc já têm 16.
Em comum, todos estão na faixa dos 20 anos.
Sainz, da Ferrari, larga ao seu lado, na primeira fila. No começo do mês, o espanhol passou pela mesma experiência: conquistou sua primeira pole position na F1.
Desde 1962, com Jim Clark (Mônaco) e Graham Hill (Spa-Francorchamps), duas lendas do automobilismo, a F1 não via dois pilotos conquistarem suas primeiras poles num mesmo mês.
Neste sábado, o ferrarista chegou a sentir o cheiro da segunda pole. Detinha o melhor tempo após a primeira sequência de voltas no Q3. Mas, nos instantes finais, Russell cravou todo mundo: 1min17s377, 0s044 melhor que o espanhol.
A segunda fila do grid terá Leclerc e Norris _a McLaren está andando bem desde a primeira sessão por lá.
"Não foi um grande dia. Sofri o tempo todo com os pneus, não encontrei a melhor janela de funcionamento para eles. O ritmo está bom, só temos que entender melhor o comportamento dos pneus", disse o monegasco, que pode ter neste domingo uma ótima chance de reduzir sua desvantagem na luta pelo campeonato.
Porque Verstappen, o líder, teve um dia ainda mais complicado. "Nada funciona!", gritou o holandês pelo rádio, no momento decisivo do Q3. Sofrendo perda de potência no motor, o atual campeão larga apenas na décima posição num circuito em que ultrapassar é complicado.
Companheiro de Russell na Mercedes, Hamilton também teve problemas, mas com o DRS. Sai em sétimo, atrás de uma fila toda da Alpine: Ocon e Alonso.
Russell já tem quatro pódios nesta temporada. Pode vencer o GP da Hungria, com largada às 10h (de Brasília) deste domingo.
Alguém apostaria antes do campeonato que a primeira pole da Mercedes no ano seria dele? Por que então duvidar da vitória?
A Mercedes vem crescendo prova a prova, e Hungaroring é um dos circuitos mais difíceis para fazer ultrapassagens. Dos últimos cinco GPs em Budapeste, três foram vencidos pelo piloto que largou da pole.
A nova geração pode dar mais um passo importante neste domingo.
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