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Fábio Seixas

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Ferrari erra de novo, e Verstappen faz piada

Max Verstappen comemora a vitória no GP da Hungria com integrantes da Red Bull - Mark Thompson/Getty Images
Max Verstappen comemora a vitória no GP da Hungria com integrantes da Red Bull Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Colunista do UOL

31/07/2022 13h35

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Verstappen não é um grande frasista. Mas saiu-se com essa após o GP da Hungria: "Ontem eu disse que ganharia a corrida. Era uma piada. Hoje não é mais."

O bom humor do holandês, que venceu pela 8ª vez em 13 GPs nesta temporada, tinha toda a razão de ser. Ele largou da décima posição do grid, num dos circuitos do calendário em que é mais complicado fazer ultrapassagens. Hoje, essa complicação não existiu.

Verstappen ultrapassou quem quis, como quis. Conquistou, assim, sua 28ª vitória na carreira, a primeira no circuito de Budapeste. Mais: anotou um recorde pessoa. Ele nunca havia vencido um GP largando tão atrás no grid.

Contrastando com sua alegria no paddock de Budapeste, o baixo astral da Ferrari.

No grid, a escuderia italiana tinha 2 pilotos entre os 3 primeiros colocados. Na corrida, seu melhor piloto foi Sainz, em quarto. Leclerc não passou da sexta posição.

Foi mais um dia de decisões erradas de estratégia da equipe italiana, que já vê a Mercedes se aproximar no Mundial de Construtores.

Hoje, a equipe alemã descontou mais 14 pontos da sua desvantagem no campeonato, colocando Hamilton e Russell no pódio.

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Lewis Hamilton, Max Verstappen, Adrian Newey e George Russell no pódio do GP da Hungria
Imagem: Peter Fox/Getty Images

Foi um domingo com tempo bem diferente dos últimos dias: 18°C no ar e muito vento.

O começo da corrida foi com emoção. Começou a garoar quando faltavam 2 minutos para a volta de apresentação, dando um nó na cabeça dos pilotos e engenheiros. Mas ficou nisso, não caiu chuva suficiente para mudar o cenário do GP.

Na largada, Sainz atacou Russell. O inglês não aliviou e contornou a primeira curva na frente. Norris também atacou Leclerc, mas o monegasco prevaleceu. Hamilton fez uma largadaça e pulou de sétimo para quinto, passando os dois Alpines. Um pouco mais atrás, Magnussen e Ricciardo se tocaram, e com isso Verstappen ganhou duas posições.

O top 10 ao fim da primeira volta tinha Russell, Sainz, Leclerc, Norris, Hamilton, Ocon, Alonso, Verstappen, Pérez e Magnussen.

Forçando o ritmo para não dar chance às Ferraris, Russell tinha 2s para Sainz na quinta volta. Foi quando Verstappen passou Alonso.

Na sexta, deixou Ocon para trás. Pérez vinha no mesmo embalo, duelando com os carros franceses e conseguindo as ultrapassagens.

Na décima volta, Russell tinha 2s7 para Sainz, com Leclerc em terceiro. Fechando o top 10, Norris, Hamilton, Verstappen, Pérez, Ocon, Alonso e Ricciardo.

Na 12ª, Hamilton e Verstappen ultrapassaram Norris. Três voltas depois, o piloto da McLaren abriu os pits para a turma da frente.

Na 17ª, Russell e Verstappen entraram, tiraram os pneus macios e colocaram os médios. Sainz entrou na seguinte, tirou os médios e colocou um jogo igual, indicando que pararia de novo.

Leclerc só parou na 21ª e ganhou a posição do companheiro. Russell, assim, retomou a ponta e ganhou um novo perseguidor.

Na 27ª volta, o monegasco passou a abrir a asa e a ameaçar o inglês. Na 28ª, colocou de lado. Na 31ª, passou.

Na metade da corrida, 35ª das 70 voltas, o top 10 tinha Leclerc, Russell, Sainz, Verstappen, Hamilton, Pérez, Norris, Ricciardo, Stroll e Ocon.

Foi então que tudo começou a dar errado para a Ferrari.

Leclerc e Russell voltaram aos pits na 40ª volta. E a escuderia resolver colocar compostos duros no carro do monegasco, decisão inexplicável para alguém que passou os últimos duas reclamando da dificuldade de aquecer os pneus.

Sofrendo com aderência, sem ritmo e gritando pelo rádio, Leclerc logo foi superado por Verstappen.

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Charles Leclerc, da Ferrari, durante o Grande Prêmio da Hungria de F1
Imagem: Francois Nel/Getty Images

Nem uma rodada do holandês melhorou sua vida. Verstappen logo estava de novo no seu encalço e fez nova ultrapassagem, por fora, na curva 1, como que para deixar bem claro que estava no controle.

O monegasco continuou sofrendo e teve de fazer um último pit stop na 54ª volta, para colocar pneus macios. Caiu para sexto. De lá não saiu mais.

Mas a Ferrari errou mais. Foi lenta no segundo pit de Sainz, comprometendo a corrida do espanhol. Um dia para esquecer.

A F1 agora entra em férias com 80 pontos separando Verstappen de Leclerc, a Red Bull em êxtase e a Ferrari humilhada.
Verstappen teve todos os méritos neste domingo, foi brilhante. Mas é incompreensível ver uma Ferrari errando tanto, o tempo todo.

Hoje, a Mercedes é a maior candidata a terminar o campeonato como vice-campeã de Construtores.

  • Assista à live completa de Fábio Seixas e Flavio Gomes sobre o GP de Hungria, no canal de UOL Esporte: