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Pílulas do Dia Seguinte: férias da F1 começam com Alonso na Aston Martin
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No primeiro dia de férias da F1, uma bomba: Alonso assinou com a Aston Martin e, a partir de 2023, vai ocupar a vaga aberta com a saída de outro veterano, Vettel. A duração do contrato não foi anunciada, mas é "multianual", segundo a equipe. Sai uma tetracampeão, chega um bicampeão;
"A Aston Martin está investindo muito talento e energia em vencer e está óbvio que eles têm a ambição e a paixão necessárias para o sucesso na F1", disse o espanhol em comunicado da equipe inglesa. "Tenho visto esse time atrair pessoas com pedigree de vitória e sei da nova estrutura que foi construída em Silverstone. Ninguém na categoria hoje mostra tanta visão e tanto comprometimento em vencer, o que torna essa oportunidade empolgante";
Como de protocolo, o dono e o chefe da equipe também falam. Lawrence Stroll diz que "conhece e admira Alonso há anos" e que "pareceu natural" convidá-lo como parte do projeto de um time que busca vencer na F1. Mike Krack afimou que todo o grupo de engenheiro está animado com a possibilidade de trabalhar com o espanhol a partir do ano que vem: "Todos vamos aprender com ele";
A saída de Alonso, que promoveu seu retorno à F1 no ano passado, resolve um problema para a Alpine: abre vaga para Piastri. O australiano, campeão da F2 em 2021, é piloto de testes da equipe. Talentoso, muito bem cotado no paddock, ele vinha sendo assediado por outros times. Se não encontrasse um cockpit para o garoto, a Alpine teria de liberá-lo ao fim da temporada. Agora, parece questão de (pouco) tempo até o anúncio da dupla Ocon-Piastri;
Na Aston Martin, Alonso vai cumprir um papel que já foi de Massa (na Williams), de Pérez (na Racing Point) e que Vettel vem executando na Aston Martin desde o ano passado: ser uma espécie de tutor de Lance Stroll, o filho do dono. Até por isso, será o principal encarregado de buscar a obsessão do chefe, tão clara nas declarações do comunicado: vencer o quanto antes;
Com uma fortuna avaliada em US$ 3,1 bilhões, Stroll comprou a Force India _que um dia foi Jordan_, em 2018. Primeiro rebatizou-a como Racing Point. Em 2020, após comprar 16,7% de uma das mais icônicas marcas de automóveis de luxo do mundo, o bilionário canadense levou o nome Aston Martin de volta à F1. Pronto, a primeira parte do seu plano estava completa;
A segunda é construir uma nova fábrica em Silverstone. As obras estão progredindo e a previsão de inauguração do primeiro prédio é para fevereiro de 2023. Serão 37 mil metros quadrados de área construída, com túnel de vento e simuladores de última geração.
A terceira parte é conseguir vitórias e títulos na F1. Nos sonhos do bilionário, seu filho seria o protagonista dessas conquistas. Mas há coisas que o dinheiro não compra, como diz a propaganda de cartão de crédito. Por isso Vettel e, agora, Alonso. Multicampeões, podem ajudar Lance a evoluir e, quem sabe, ganhar um GP ou outro no futuro. Enquanto isso, emprestam o enorme talento natural que têm para fazer a equipe crescer;
Alonso, que completou 41 anos na última sexta-feira, ampliará, e muito, todos os recordes de longevidade na F1. Em Singapura, em outubro, completará 350 GPs, superando Raikkonen e se tornando o recordista de corridas na categoria. Caso o acerto com a Aston Martin seja de dois anos, chegará ao fim do contrato com cerca de 400 GPs nos bolsos do macacão. Na F1 desde 2001, com um hiato em 2019 e 2020, o bicampeão já é o líder histórico de voltas e quilômetros percorridos;
E Budapeste?
Ralf Schumacher, hoje comentarista da Sky alemã, disse que "cabeças devem rolar na Ferrari durante as férias". A F1 só retorna no fim de agosto, com o GP da Bélgica. Sim, é tempo suficiente para mudar uma peça. No caso, o responsável pela estratégia, Iñaki Rueda, engenheiro espanhol que desde o ano passado é o diretor esportivo da escuderia;
A pergunta que não quer calar é: como a Ferrari não percebeu que seria errado colocar pneus duros no carro de Leclerc àquela altura da corrida? As temperaturas estavam baixas, mesmo os compostos médios sofriam para entrar na janela de funcionamento, havia exemplos por todo o lado... De onde veio essa ideia?
"Sabíamos que teríamos dificuldades para aquecer os pneus duros. Eles não seriam tão rápidos quanto os médios por 10 ou 11 voltas, mas tínhamos 30 voltas até o fim. Acreditamos que, a partir de um certo ponto, ele passariam a ser rápidos. Não funcionou e acho que a razão para isso é que o carro, de uma maneira geral, não se comportou como o planejado", disse Binotto;
Leclerc estava bravo. "Eu disse pelo rádio que estava confortável com os médios e que queria ficar o máximo de tempo possível com eles. Não sei por que tomamos uma decisão diferente", afirmou, ainda no paddock. Por que não exigiu isso, então? Por que não bateu o pé? Mais uma lição nesta temporada que tem sido uma agressiva curva de aprendizado para o monegasco;
A lambança com Leclerc amenizou a lambança com Sainz. A Ferrari resolveu antecipar o primeiro pit stop do espanhol para que ele ganhasse a posição de Russell, mas se embananou na troca de pneus. Sacrificou a estratégia e não conseguiu a posição. Que beleza...
As duas lambanças não podem ofuscar o brilho de Verstappen. Na Hungria, o holandês protagonizou uma das melhores corridas da sua carreira, uma atuação de gala. Foi uma vitória à la Schumacher nos bons tempos de Ferrari: para que tudo desse certo, precisava cumprir a estratégia à risca, e isso significava acelerar muito, sem cometer erros. Ele até cometeu um, é verdade, a rodada na curva 13. Mas o trabalho foi tão soberbo que isso não o abalou;
Pérez deve superar Leclerc no Mundial. O mexicano está a apenas cinco pontos do ex-líder do campeonato. E, nos Construtores, a Mercedes está a apenas 30 da Ferrari. A ultrapassagem, como já escrevi ontem, também parece questão de (pouco) tempo;
Verstappen será bicampeão nesta temporada, só não sabemos quando. Os 80 pontos de vantagem para Leclerc, faltando nove etapas para o fim do campeonato, já começam a dar algum conforto para o holandês. Está mais fácil, muito mais fácil, do que ele imaginava.
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