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Fábio Seixas

REPORTAGEM

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F1 aguarda último sinal verde para entrada da Volks

Oliver Blume, CEO da Porsche, que assumirá o comando do Grupo Volkswagen em setembro - Porsche
Oliver Blume, CEO da Porsche, que assumirá o comando do Grupo Volkswagen em setembro Imagem: Porsche

Colunista do UOL

08/08/2022 13h57

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Onde quer que estejam, os dirigentes da F1 darão uma pausa nas férias nos próximos dias. Um dos documentos mais aguardados e adiados dos últimos tempos está para sair.

O Conselho Mundial da FIA deve publicar até a semana que vem, enfim, o novo conjunto de regras para as unidades de potência, com validade a partir de 2026. O pacote deve destravar uma série de decisões na categoria, entre elas os esperados anúncios do Grupo Volkswagen.

Porsche e Audi aguardam essa formalização há meses. A primeira se tornará sócia da Red Bull. A segunda conversa com a Sauber, que hoje tem acordo com a Alfa Romeo.

Já houve dois adiamentos. Tanta demora preocupa e irrita a Liberty Media, que passou os últimos anos costurando a chegada da Volks e agora teme as consequências de uma reestruturação interna do conglomerado.

O planejamento inicial previa que montadoras, equipes e Liberty fizessem os anúncios nos primeiros meses do ano.

Tudo estava azeitado entre Domenicali, da Liberty, e Todt, presidente da FIA. Eles foram os organizadores de uma reunião histórica com várias montadoras, em Spielberg, em julho do ano passado, que consumou as bases do novo regulamento.

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Mohammed ben Sulayem, presidente da FIa, e Stefano Domenicali, CEO da Formula One Group
Imagem: Lars Baron - Formula 1/Formula 1 via Getty Images

O problema é que Todt deixou a FIA em dezembro. E seu sucessor, o emirático Bin Sulayem, resolveu rever todo o processo antes de submetê-lo a votação do Conselho Mundial.

O Conselho se reuniu em abril, criando expectativas nas montadoras. Nada aconteceu.

A reunião seguinte foi em junho. O timing parecia bom: a Porsche aproveitaria o fim de semana do GP da Áustria, no autódromo da Red Bull, para fazer festa e estardalhaço com sua nova parceira. Uma semana depois, seria a vez de a Audi fazer seu anúncio. Nada aconteceu.

Só na semana passada a FIA enviou as novas regras para os representantes do Conselho. A expectativa é que o documento seja ratificado virtualmente até quarta da semana que vem.

Segundo o jornalista Dieter Recken, do site RacingNews365, sempre muito bem informado, o novo pacote traz cinco premissas principais: (1) Teto de custos, com algumas exceções para as montadoras novatas, (2) Banimento do MGU-H, devido aos altos custos, (3) Proporção de contribuição motor a combustão/unidade híbrida passará de 75/25 para 50/50, (4) Combustível será carbono zero e (5) Implementação a partir da temporada de 2026.

A agonia da Liberty tem um motivo.

Herbert Diess, CEO da Volkswagen, grande fiador do projeto F1, está de saída. Deixa o cargo em 1º de setembro para a chegada de Oliver Blume, hoje chefe da Porsche, que não tem exatamente uma grande relação com Markus Duesmann, comandante da Audi.

O receio da Liberty é ganhar apenas uma nova marca, em vez de duas.

Uma eventual desistência da Audi iria para a conta da FIA e seria um terremoto na já abalada relação da Liberty Media com a entidade que rege o lado esportivo da F1, como contei aqui.

O relógio está correndo...