Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Soberba da Alpine levou Piastri para a McLaren
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
O imbróglio entre a Alpine e Piastri não vai passar pela FIA e deve parar na Justiça comum. O motivo: o australiano nunca teve um contrato com a equipe de F1 e, portanto, o documento não foi registrado no Comitê de Reconhecimento de Contratos da federação.
O acordo de Piastri era com a Academia da Alpine e dava à marca francesa a opção de promovê-lo para o time de F1 caso cumprisse uma série de exigências, entre elas um mínimo de quilometragem em testes. O realizado passou longe do combinado.
A meta era 3.500 km. Ao longo de sua carreira como piloto reserva da Alpine, iniciada em novembro do ano passado, o australiano participou de apenas duas sessões de testes. Percorreu 692 km no dia 14 de dezembro, em Abu Dhabi. E andou por dois dias no Qatar, em maio _a quilometragem não foi revelada, mas um dia muito profícuo de teste geralmente fica em torno de 700 km.
Mais nada.
Ele nunca foi escalado para um treino livre de sexta-feira, praxe das equipes com seus pilotos novatos e, a partir desta temporada, uma imposição do regulamento. A Alpine preferiu esperar. Esperou demais. Dançou. Piastri assinou com a McLaren no sábado do GP da Hungria.
A informação de que o contrato era com a "Alpine's Driver Academy", e não com a "Alpine F1 Team" é crucial.
Encaixa uma peça importante do quebra-cabeças.
Foi por isso que a McLaren conseguiu registrar o contrato com seu novo piloto na FIA sem problemas. Não havia nenhum conflito. E é por isso que não adianta a Alpine chorar na federação. Se quiser alguma compensação financeira, terá que ser na Justiça comum.
"Há 90% de certeza de que iremos à Alta Corte", disse Szafnauer, o chefe da Alpine.
Em paralelo, McLaren e Ricciardo tentam resolver as pendências internamente.
O australiano quer receber cerca de US$ 21 milhões, ou R$ 107 milhões, pela quebra de contrato, que iria até dezembro do ano que vem. Mais de uma vez o chefe do time, Seidl, declarou publicamente que ele ficaria até o fim do acordo, como comentei aqui.
A equipe inglesa só deve anunciar Piastri após acertar a saída de Ricciardo, que está curtindo as férias na Austrália. Ele ainda não se manifestou sobre o assunto, mas ontem postou uma foto sorrindo, numa piscina, como que para passar a imagem de alguém despreocupado.
Todo esse rolo vale uma reflexão. Ao que tudo indica, a Alpine foi incompetente duas vezes.
A primeira, ao tratar com soberba um piloto promissor, desejado por todo o paddock. Piastri não é qualquer um. Venceu a F3 no seu ano de estreia, 2020, e repetiu a dose na F2 na temporada passada. Era natural que estivesse aborrecido por ficar apenas viajando de GP pra GP, posando pra fotos e dando entrevistas. Carro que é bom, nada.
A segunda, ao não antecipar o movimento de Alonso, que subitamente abriu uma vaga no time. Szafnauer disse que "obviamente ouvia rumores no paddock", mas que não os levava a sério. Quer dizer que ele não sabia do histórico do espanhol com suas ex-equipes? Sério?
Não adianta sair por aí agora dizendo que há 14 pretendentes à vaga.
Nenhum deles é o piloto que a Alpine esperava ter em 2023.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.